Por que homens vivem menos?

Expectativa de vida dos homens é 7,1 anos menor que a de mulheres


16 de maio de 2019


Expectativa de vida dos homens é 7,1 anos menor que a de mulheres

Foto: Freepik

Homens nascidos no Brasil em 2017 tinham expectativa de viver, em média, 72,5 anos, enquanto a das mulheres foi de 79,6 anos. Ou seja, eles vivem 7,1 anos a menos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Menor acesso aos serviços de saúde e alto número de mortes na juventude são algumas razões que explicam essa diferença.

De acordo com o último levantamento do IBGE, um homem de 20 anos tem 4,5 mais chances de não completar 25 anos do que uma mulher de mesma idade. Isso porque os óbitos por causas externas ou não naturais atingem com maior intensidade a população masculina, como ressalta o médico andrologista e Professor do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Augusto Reis.

Mas não é só nessa idade que os homens morrem mais: publicação do Ministério da Saúde aponta que 60% das mortes são de homens. O professor Augusto Reis aponta que essa diferença reflete mais no final da vida.

Outro fator que chama atenção é a baixa frequência com que o homem cuida da saúde: três em cada dez homens não têm o hábito de ir ao médico, segundo o Ministério da Saúde. E, de acordo com pesquisa do Centro de Referência em Saúde do Homem, mais da metade dos pacientes do sexo masculino só procura atendimento médico em casos de problemas de saúde avançados, o que pode resultar em um tratamento com mais dificuldades. O professor Augusto Reis destaca que há uma diferença no acesso.

Foto: Carol Morena

Há, ainda, um despreparo das unidades de saúde para receber e acolher os homens. É o que afirma o professor Augusto Reis.

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi criada com foco nos homens dos 20 aos 59 anos, com objetivo de ampliar o acesso com qualidade aos serviços do Sistema único de Saúde.

Aspas Sonoras

As “Aspas Sonoras”, produção do Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, ampliam a discussão sobre os temas abordados nas séries de rádio realizadas pelo Saúde com Ciência. As matérias apresentam áudios e textos inéditos do material apurado na produção das séries.