Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas

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PERFIL SOCIAL, RACIAL E DE GÊNERO DAS

500 MAIORES EMPRESAS DO

BRASIL E SUAS AÇÕES AFIRMATIVAS


PERFIL SOCIAL, RACIAL E DE GÊNERO DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO BRASIL E SUAS AÇÕES AFIRMATIVAS é uma publicação do Instituto Ethos, distribuída gratuitamente a seus associados. REALIZAÇÃO Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social Rua Dr. Fernandes Coelho, 85, 10º andar Pinheiros – 05423-040 – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3897-2400 Site: www.ethos.org.br PESQUISA Overview Pesquisa Rua da Glória, 366, 7º andar Glória – 20241-180 – Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 3592-0267 Site: www.overviewpesquisa.com.br PARCERIA Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e ONU Mulheres e Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) da Cidade de São Paulo COOPERAÇÃO Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Judith Morrison (Coordenadora da Equipe), Raquel Scarpari e Cesar Lins

COLABORADORES CONVIDADOS Adriana Carvalho (ONU Mulheres), Anna Maria Peliano (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea), Cida Bento (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – Ceert), Eliane Barbosa da Conceição (Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da Fundação Getulio Vargas – CEAPG-FGV), Helio Santos (Fundo Baobá), Marta Gil (Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas), Rachel Moreno (Instituto Opinião), Reinaldo Bulgarelli (Txai Cidadania e Desenvolvimento Social), Suelaine Carneiro (Geledes – Instituto da Mulher Negra) e Thais Dumêt (Organização Internacional do Trabalho – OIT Brasil) PROJETO GRÁFICO E EDIÇÃO DE ARTE Andrea Chang, Bruna Veríssimo e Fabio Meneguini

Tiragem: 500 exemplares São Paulo, maio de 2016

É permitida a reprodução desta publicação, desde que citada a fonte e com autorização prévia do Instituto Ethos. Informações importantes sobre as atividades do Instituto Ethos: 1.O trabalho de orientação às empresas é voluntário, sem nenhuma cobrança ou remuneração.

COORDENAÇÃO GERAL Caio Magri

2. Não fazemos consultoria e não credenciamos nem autorizamos profissionais a oferecer qualquer tipo de serviço em nosso nome.

COORDENAÇÃO DA PESQUISA Gabriela R.R. dos Santos

3.Não somos entidade certificadora de responsabilidade social nem fornecemos “selo” com essa função.

EDIÇÃO Benjamin S. Gonçalves

4. Não permitimos que nenhuma entidade ou empresa (associada ou não) utilize a logomarca do Instituto Ethos sem nosso consentimento prévio e expressa autorização por escrito.

REDAÇÃO Claudio Pucci COLABORADORES DA OVERVIEW PESQUISA Luis Eduardo Guedes e Mayra Cardoso

5. Para esclarecer dúvidas ou nos consultar sobre as atividades do Instituto Ethos, contate-nos, por favor, pelo serviço “Fale Conosco”, do site www.ethos.org.br

CATALOGAÇÃO NA FONTE FORNECIDA PELA BIBLIOTECA FELIPE

Qualquer controvérsia relativa à utilização de obras do BID que

HERRERA DO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO

não possa ser resolvida amigavelmente será submetida à arbitragem em conformidade com as regras da UNCITRAL. O uso

Instituto Ethos.

do nome do BID para qualquer outra finalidade que não a atri-

Perfil social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do

buição, bem como a utilização do logotipo do BID serão objetos

Brasil e suas ações afirmativas / Instituto Ethos e Banco Intera-

de um contrato por escrito de licença separado entre o BID e o

mericano de Desenvolvimento.

usuário e não está autorizado como parte desta licença CC-IGO.

p. cm. Inclui referências bibliográficas.

Note-se que o link fornecido acima inclui termos e condições

1. Business enterprises-Social aspects-Brazil. 2. Diversity in the

adicionais da licença.

workplace-Brazil. I. Banco Interamericano de Desenvolvimento. Divisão de Gênero e Diversidade. II. Título. IDB-CP-30

As opiniões expressas nesta publicação são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a posição do Banco Interamericano de Desenvolvimento, de seu Conselho de Admi-

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nistração, ou dos países que eles representam.


PERFIL SOCIAL, RACIAL E DE GÊNERO DAS

500 MAIORES EMPRESAS DO

BRASIL E SUAS AÇÕES

AFIRMATIVAS REALIZAÇÃO

COOPERAÇÃO


APRE

SENTA

ÇÃO

2


É

missão do Instituto Ethos mobilizar, sensi-

questão da igualdade de gênero, embora haja

* Objetivo 5:

bilizar e ajudar as empresas a gerir seus ne-

ainda muito a fazer. E a passos mais rápidos, con-

de gênero e

gócios de forma socialmente responsável,

siderando-se a realidade do mercado de trabalho

empoderar todas

tornando-as parceiras na construção de uma so-

brasileiro e, também, o 5º dos 17 objetivos* do

meninas. https://

ciedade sustentável e justa. Ele empreende, para

desenvolvimento sustentável propostos pela As-

isso, uma série de iniciativas, entre as quais se

sembleia Geral das Nações Unidas, em setembro

destaca esta já tradicional série de pesquisas

de 2015, com os quais tanto governos como em-

Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores

presas de todo o mundo se comprometeram.

Alcançar a igualdade

as mulheres e nacoesunidas. org/pos2015/ agenda2030/

Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas, que chega agora à sexta edição.

Quanto às políticas e ações afirmativas desenvolvidas pelas corporações, o estudo aponta para a

Este levantamento pretende retratar o público in-

necessidade de maior dinamismo das práticas em-

terno das grandes corporações e mostrar os even-

presariais de responsabilidade social que se ins-

tuais desequilíbrios em sua composição no que

crevem na agenda do respeito aos direitos humanos.

se refere a sexo, cor ou raça, faixa etária, escolaridade e presença de pessoas com deficiência. Visa

As mais efetivas estão ainda restritas a um pe-

assim contribuir para que cada gestor reflita a

queno número de corporações. Sinalizam, no en-

propósito das práticas que pode adotar para valo-

tanto, um quadro mais favorável adiante, como

rizar a diversidade e promover a equidade no am-

a capacitação de gestores e equipes nos temas

biente de trabalho. Para isso, observa também, e

da diversidade e da igualdade de oportunidades,

traz a público, as políticas e ações afirmativas já

além do estabelecimento de missão, código de

desenvolvidas por essas corporações.

conduta, compromissos e valores que incorporem os mesmos temas. Ou a manutenção de canais

O presente estudo, cujos dados foram obtidos

para receber queixas dos funcionários em relação

pela Overview Pesquisa, conta com a cooperação

a problemas como assédio moral e preconceitos;

do Banco Interamericano de Desenvolvimento

o zelo para que as empresas não utilizem campa-

(BID) e tem parceria com a Fundação Getúlio

nhas publicitárias de conteúdo discriminatório.

Vargas (FGV-SP), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a ONU Mulheres, a Secre-

A escolha do universo das 500 maiores empresas

taria Municipal de Promoção da Igualdade Racial

não é aleatória. Elas têm um papel de liderança a

(SMPIR) da Cidade de São Paulo e a Organização

exercer no mercado de trabalho e suas ações podem

Internacional do Trabalho (OIT).

servir de exemplo a todo o meio corporativo. Além

Doze anos depois da segunda edição da série, que

pessoas com deficiência, espera-se que as empresas

começou a estudar a composição de funcioná-

promovam novas ações voluntárias direcionadas a

rios e dirigentes em todos os níveis hierárquicos,

essas pessoas, mas também aos outros públicos his-

o cenário apresentado pela pesquisa é, como nas

toricamente discriminados no mercado de trabalho,

vezes anteriores, de grandes desigualdades. Des-

como mulheres, negros e o público LGBT.

de cumprir a legislação, como a que prevê cotas para

tacam-se, porém, alguns bons resultados, como o aumento significativo da participação de mu-

Não é demais constatar que, ainda que o Brasil

lheres em níveis gerenciais e a presença majori-

tenha fulgurado entre as nações mais desenvol-

tária de negros entre trainees e aprendizes, ainda

vidas economicamente, continua apresentando

que a inserção deles no início da carreira possa ser

desigualdades sociais de caráter estrutural, que

reflexo de políticas públicas na área educação, im-

se refletem no mundo do trabalho. É necessário,

plementadas nos últimos anos.

portanto, e urgente, garantir o desenvolvimento econômico com desenvolvimento social. A pro-

A maior participação feminina em níveis geren-

moção da diversidade e da equidade são passos

ciais sinaliza, aliás, um importante avanço na

decisivos nesse sentido. 3


SU MÁ RIO

4


6

INTRODUÇÃO

8

Metodologia

10

PERFIL DAS EMPRESAS

14

RESULTADOS

16

Composição por Sexo

20

“O sexismo custa caro”, por Rachel Moreno

22

Composição por Cor ou Raça

26

“Exclusão fragiliza responsabilidade social”, por Cida Bento

28

Pessoas com Deficiência

32

“Inclusão estimula a criatividade”, por Marta Gil

34

Faixa Etária

38

Escolaridade

42

Aprendizes

44

POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS

45

Incentivo à Participação de Mulheres

47

Incentivo à Participação de Negros

49

Incentivo à Participação de Pessoas com Deficiência

51

Incentivo à Participação de Pessoas com mais de 45 anos

53

Políticas e Ações Afirmativas Gerais

56

PERCEPÇÃO DO GESTOR

57

Sobre a Presença de Mulheres nas Empresas

58

Sobre a Presença de Negros nas Empresas

59

Sobre a Presença de Pessoas com Deficiência nas Empresas

60

Sobre a Presença de Pessoas com mais de 45 anos nas Empresas

61

Sobre a Presença de Aprendizes

62 63

PESQUISA QUALITATIVA “Monitoramento das ações ainda é incipiente”, por Eliane Barbosa da Conceição

66 67

70 71

CONCLUSÃO “Diversidade é vantagem competitiva”, por Helio Santos

QUESTIONÁRIO Diversidade e Equidade: Ferramenta de Autoavaliação

5


INTRO

DUÇÃO

6


Instituto Ethos traz de volta, desde sua

O

rárquicos e passou a registrar as políticas e ações

última edição, em 2010, a pesquisa Perfil

afirmativas adotadas pelas empresas. Ao longo

Podem (e Devem)

Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores

das edições seguintes, de 2005, 2007 e 2010, o

Diversidade, em

Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas, que

levantamento foi aperfeiçoado e chega agora

www3.ethos.org.

procura levantar as características de funcioná-

à sexta edição, ampliando sua observação para

empresas-podem-

rios e dirigentes das maiores empresas que atuam

oito níveis hierárquicos, ou assim considerados,

no país, observando sua participação em todos os

mesmo não havendo uma exata hierarquia na es-

níveis hierárquicos, de acordo com o sexo, cor ou

cala que apresentamos – de aprendizes a conse-

raça, faixa etária e escolaridade, além da presença

lheiros – e mesmo não sendo todos funcionários,

O Compromisso

de pessoas com deficiência.

como muitas vezes os chamamos neste relatório.

a Valorização da

1. Ver, por exemplo: Como as Empresas Valorizar a

br/cedoc/como-ase-devem-valorizara-diversidadesetembro2000/#. VhUklOxViko

das Empresas com Mulher, em www3. ethos.org.br/cedoc/

Única iniciativa do gênero no Brasil e impor-

São objeto agora desta pesquisa a situação das

o-compromisso-

tante referência sobre o ambiente empresarial,

pessoas que ocupam os níveis de aprendizes, es-

com-a-valorizacao-

este trabalho busca também mapear políticas e

tagiários, trainees, o quadro funcional, super-

da-mulher-

ações afirmativas adotadas por essas organiza-

visores, chefes ou coordenadores, gerentes, o

Vh6yN9KrTIU

ções, com a finalidade de promover a inclusão de

quadro executivo (presidentes, vice-presidentes

grupos tradicionalmente discriminados no mer-

e diretores) e conselheiros.

das-empresas-

setembro2004/#.

O Compromisso das Empresas com a Promoção da

cado de trabalho, como mulheres, negros, pes-

Igualdade Racial,

soas com deficiência, pessoas com mais de 45

A busca por conhecer as políticas e ações afirma-

em www3.ethos.

anos e o público LGBT, valorizando a diversidade

tivas procura aprofundar-se, com questões refe-

compromisso-das-

e promovendo a igualdade de oportunidades e a

rentes, por exemplo, à inclusão do público LGBT

empresas-com-

equidade em seu quadro de pessoal.

e à promoção da diversidade nos diversos níveis

igualdade-racial-

de gerenciamento das organizações, como pro-

org.br/cedoc/o-

a-promocao-damaio2006/#. VhUlDOxViko

A pesquisa quer saber ainda qual a percepção dos

moção e recrutamento, comunicação e marketing

principais gestores a propósito da participação de

e ações na cadeia de fornecedores, entre outras

alguns desses grupos em suas empresas.

– temas que vêm sendo abordados pelo Instituto

Inclusão das Pessoas

Ethos em diversas publicações1.

http://www3.ethos.

O Que as Empresas Podem Fazer pela com Deficiência, em org.br/cedoc/o-que-

A primeira edição deste Perfil, de 2001, foi cen-

as-empresas-podem-

trada exclusivamente no quadro executivo das or-

Esta edição do Perfil traz ainda mais uma novidade:

ganizações. A partir da segunda edição, em 2003,

a maior participação de nossos consultores, que as-

das-pessoas-

o estudo se expandiu para mais três níveis hie-

sinam textos de opinião ao longo do relatório.

maio2002/#.

fazer-pela-inclusaocom-deficienciaVh_snX6rTrd O Compromisso das Empresas com os Direitos Humanos LGBT, em http:// www3.ethos. org.br/cedoc/ocompromisso-dasempresas-com-osdireitos-humanos-

Esta pesquisa procura levantar as características de funcionários e dirigentes das maiores empresas que atuam no país.

lgbt/#.ViF9UX6rTrc Diversidade e Equidade: Metodologia para Censo nas Empresas, em www3.ethos.org.br/ cedoc/diversidadee-equidademetodologia-paracenso-nas-empresasjunho-2008/#. Vhf1duxViko

7


METODOLOGIA

E

sta é uma pesquisa de caráter quantitativo,

Coleta de dados

com aplicação de questionário para auto-

O questionário foi enviado às empresas por meio

preenchimento via internet (reproduzido a

de mensagem eletrônica endereçada ao principal

partir da pág. 67), complementada por pesquisa

gestor e ao responsável pela área de recursos hu-

qualitativa, realizada por meio de entrevistas

manos ou de responsabilidade social. Quando ne-

com gestores da área de diversidade de algumas

cessário, a fim de esclarecer dúvidas e estimular

empresas participantes do estudo.

a participação, o preenchimento foi completado com o apoio de entrevistas por telefone.

Universo Funcionários e dirigentes das 500 maiores empresas

A maioria das empresas que não preencheram a

do país, por faturamento, de acordo com ranking

parte 4 do questionário, com as principais caracte-

elaborado a partir do anuário Maiores e Melhores de

rísticas de seus funcionários e dirigentes, alegou

2014, produzido pela revista Exame, da Editora Abril.

como causa a dificuldade de obtenção, na própria empresa, dos dados requeridos.

Do total de 500 empresas, todas convidadas a participar da pesquisa, um grupo de 117 devolveu

A pesquisa de campo teve acompanhamento

o questionário com as partes 1, 2 e 3 preenchidas;

contínuo. Todos os questionários preenchidos

destas, um grupo de 27 empresas devolveu o ques-

foram checados por meio de contato por tele-

tionário completo, também com a parte 4 preen-

fone com os respondentes.

chida (ver descrição do questionário adiante).

O questionário

8

Período de campo

Nesta edição da pesquisa, o questionário foi di-

De 9 de dezembro de 2014 a 28 de maio de 2015.

vidido em quatro partes. A primeira continha


perguntas sobre o perfil da empresa: setor de

quadro executivo (presidentes, vice-presidentes e

atividade, localização, porte por faturamento

diretores), gerentes, supervisores, chefes ou coor-

e número de funcionários. A segunda apresen-

denadores, o quadro funcional, trainees, estagiá-

tava questões a respeito das políticas e ações

rios e aprendizes.

afirmativas adotadas pela empresa em favor da diversidade, da igualdade de oportunidades

Para designar as cores ou raças, usou-se neste

e da equidade entre seus funcionários e diri-

estudo a nomenclatura adotada pelo Instituto

gentes. Essas duas partes deveriam ser respon-

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):

didas pelo departamento de recursos humanos

branca, preta, parda, amarela e indígena, con-

(RH) da empresa.

siderando-se negra a população formada por pretos e pardos.

A terceira parte, a ser preenchida pelo principal gestor da organização – ou alguém a quem ele delegasse

Pesquisa qualitativa

essa função –, procurava conhecer sua percepção

Foi usado, para a parte qualitativa que comple-

quanto à condição de alguns grupos na estrutura

mentou a pesquisa quantitativa, um questionário

da empresa, como mulheres, negros, indivíduos com

com perguntas abertas, que serviram de base

mais de 45 anos ou pessoas com deficiência.

para a realização de entrevistas em profundidade com gestores da área de diversidade de algumas

A quarte parte do questionário – a ser respondida,

empresas participantes da pesquisa quantitativa.

como as partes 1 e 2, pelo RH – trazia questões sobre as principais características de funcioná-

O objetivo era investigar a percepção, nas organi-

rios e dirigentes, com o objetivo de definir seu

zações, a propósito da questão da diversidade e

perfil em oito níveis hierárquicos: conselheiros, o

conhecer ações adotadas para promovê-la.

9


PERFIL DAS

EM PRE SAS

10


SETOR DE ATIVIDADE 56,0% 47,6% 52,1%

INDÚSTRIA

SERVIÇOS

17,1% 7,5%

COMÉRCIO

17,2% 17,1%

7,5% 8,6%

PRODUTOS AGRÍCOLAS

0

29,0% 26,6%

13,7%

10

20

30

40

50

2007

2010

60

2015

A maior parcela do grupo participante da pes-

Comparando-se esses dados com os referentes ao

quisa, composto por 117 empresas, é do setor da

grupo de empresas participantes da pesquisa de

indústria, com 52,1%, seguido pelos setores de

2010, observa-se um aumento de 4,5 pontos per-

serviços e comércio, ambos com 17,1%.

centuais do setor da indústria e uma diminuição de 9,5 pontos percentuais do setor de serviços, agora igualado ao de comércio.

LOCALIZAÇÃO DA MATRIZ DAS EMPRESAS As empresas participantes desta pesquisa concentram-se, em sua maior parte, nas Regiões Sudeste e Sul, totalizando uma proporção de 78,7%, com diminuição de 4,1 pontos percentuais em relação aos

NORTE

82,8% atingidos por essa parcela no grupo de empresas analisado no estudo anterior. Registre-se ainda o aumento de quase 100% de em-

NORDESTE

presas do Centro-Oeste, que saltaram de 4,8% para 9,4% de participação.

2003

CENTRO-OESTE

2005

2007

2010

SUDESTE

2015

Sudeste

65,0%

61,0% 64,5% 59,0% 57,3%

Sul

20,0%

21,0% 20,5% 23,8% 21,4%

Centro-Oeste

6,5%

7,0%

7,0%

4,8%

9,4%

Nordeste

6,5%

7,0%

6,0%

9,5%

8,5%

Norte

2,0%

4,0%

2,0%

2,9%

3,4%

SUL

11


PERFIL DAS EMPRESAS

SITUADAS EM SÃO PAULO (SP)

37,3%

SIM

NÃO

Foi indagado às empresas localizadas na Região Sudeste se a matriz se situa na cidade de São Paulo;

62,7%

62,7% das organizações responderam sim.

PORTE POR FATURAMENTO

19,0%

7,0%

ATÉ R$ 500 MILHÕES

3,0% 6,0%

MAIS DE R$ 500 MILHÕES A R$ 1 BILHÃO

57,3%

11,1%

16,0%

28,0% 29,0%

35,0%

27,0%

48,0% 43,0% 47,0%

MAIS DE R$ 1 BILHÃO A R$ 3 BILHÕES

17,1% 19,0% 17,0%

ACIMA DE R$ 3 BILHÕES

25,0%

14,5% 0

10

2003

20

2005

31,0%

30

2007

O aspecto mais relevante na distribuição do

12

40

2010

50

60

2015

500 milhões. Essas corporações têm participação

grupo de empresas por faixas de faturamento é

de 57,3%, quase dez vezes maior que a represen-

a concentração da maioria na primeira, de até R$

tada pelo grupo de empresas dessa faixa em 2010.


NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS

ATÉ 300 FUNCIONÁRIOS

5,0%

10,5% 8,0% 10,5% 21,6% 20,0% 16,0% 14,0% 14,0% 13,8%

DE 301 A 1.000 FUNCIONÁRIOS

28,0%

34,0% 32,5% 29,0%

DE 1.001 A 3.000 FUNCIONÁRIOS

17,2% 14,5% DE 3.001 A 5.000 FUNCIONÁRIOS

14,0% 16,0% 12,1%

21,0% 2003 2005

21,0%

MAIS DE 5.000 FUNCIONÁRIOS

0

5

10

15

20

27,0%

25

2007

29,0%

30

2010

36,0% 35,3% 35

2015

40

Observe-se em primeiro lugar a parcela de 21,6% das

A parcela com mais de 1.000 funcionários ainda

empresas na faixa de até 300 funcionários. É uma

é majoritária. Tem neste ano participação de

proporção cerca de quatro vezes maior do que a re-

64,6% do grupo, 20,2% inferior, no entanto, à

gistrada por essa faixa no grupo de empresas de 2010.

obtida no estudo anterior.

TOTAL DE FUNCIONÁRIOS DAS EMPRESAS QUE RESPONDERAM A TODO O QUESTIONÁRIO

HOMENS

MULHERES

TOTAL

Conselho

89

11

100

Quadro Executivo

482

76

558

Gerência

4.585

2.086

6.671

Supervisão

23.553

14.945

38.498

Quadro Funcional

173.228

95.173

268.401

Trainees

1.823

1.352

3.175

Estagiários

2.843

4.077

6.920

Aprendizes

3.413

4.330

7.743

210.016

122.050

332.066

TOTAL

13


RE SUL TA DOS

14


A

maioria das empresas participantes desta

e, além da desigualdade em relação aos homens,

pesquisa não tem ações afirmativas para

enfrentam um afunilamento hierárquico que as

incentivar a presença de mulheres e negros

exclui, em maior proporção, dos postos mais ele-

em seus quadros. Quando tem, são em maior par-

vados da escala hierárquica, como já se observara

cela ações pontuais, e não políticas com metas e

nas pesquisas anteriores. Têm, de modo geral, si-

ações planejadas. Grande parte das organizações

tuação melhor que a das mulheres do grupo de

tampouco desenvolve alguma política visando a

empresas participantes do estudo de 2010 – o que

promoção da igualdade de oportunidades entre ho-

confirmaria tendência de expansão já conside-

mens e mulheres ou entre negros e brancos. E ex-

rada estrutural. Esbarram, porém, mais uma vez,

pressivas parcelas dos principais gestores percebem

na estreita passagem para o reduto ainda quase

como adequada a participação de mulheres e ne-

inexpugnável do quadro executivo, ficando com

gros em praticamente todos os níveis hierárquicos.

uma participação coincidentemente igual à de 2010: 13,7% então e 13,6% agora.

A saudar, como exceções – que sinalizam a possibilidade, adiante, de quadro mais dinâmico –, a

Os negros, que são 52,9% da população do país,

adoção por algumas empresas de medidas de con-

estão, como as mulheres, em situação de desi-

ciliação entre trabalho, família e vida pessoal; a

gualdade, sub-representação e afunilamento

manutenção de canais para receber queixas dos

hierárquico. A exclusão é, entretanto, mais acen-

funcionários em relação a problemas como as-

tuada. Maioria nos contingentes de aprendizes e

sédio moral e preconceitos; o zelo para que as em-

trainees, com proporção de 57,5% e 58,2%, os ne-

presas não utilizem campanhas publicitárias de

gros têm sua participação resumida a 6,3% na ge-

conteúdo discriminatório; ou, ainda, a capacitação

rência e 4,7% no quadro executivo.

de gestores e equipes nos temas da diversidade e da igualdade de oportunidades, além do estabe-

Ressalte-se a percepção dos principais gestores

lecimento de missão, código de conduta, compro-

sobre a presença de negros nas organizações: 55%

missos e valores que incorporem os mesmos temas.

consideram haver menos do que deveria na gerência e 64% acham o mesmo quanto ao quadro

São esses os principais resultados desta pes-

executivo – o que sugere estarem atentos à

quisa, que teve a participação de 117 empresas.

questão. Registre-se também a proporção de 53,1%

Destas, 90 não responderam à parte do questio-

dos principais gestores que pensam haver menos

nário referente às principais características dos

mulheres do que deveria no quadro executivo.

funcionários. Teriam tido dificuldade de identificar o perfil de seu pessoal, supostamente, pela

Recomenda-se considerar com a devida prudência

ausência de um censo interno – contínuo, de pre-

os dados aqui apresentados. Eles se referem, em

ferência –, adotado por um número ainda res-

parte das questões, à realidade do grupo de 27

trito de empresas.

empresas ou mesmo do grupo de 117, não inteira-

O grupo restante, de 27 empresas, respondeu a

Tenha-se cautela ainda ao comparar as diversas

todo o questionário, mostrando uma admirável

pesquisas desta série, tendo em vista a compo-

disposição de participar do estudo, sem visar, po-

sição das amostras ou grupos de empresas.

mente representativos do universo pesquisado.

de-se supor, a exibição de dados fulgurantes. Até porque as informações prestadas revelaram pre-

Pode-se, no entanto, pensar – quando se leva em

ocupação constante em retratar com fidedigni-

conta também a observação direta que o Instituto

dade as reais condições existentes.

Ethos faz por meio de seus consultores – que, se não temos aqui um retrato irretocável da realidade

As mulheres, com maioria de 51,4% da população

das 500 maiores empresas, temos ao menos uma

brasileira, estão sub-representadas nesse grupo

visão relativamente expressiva dessa realidade.

15


RESULTADOS

2. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

COMPOSIÇÃO

POR SEXO

em www.ibge.gov.br 3. Ver “Indicadores de Desigualdade de Gênero no Brasil”, de José Eustáquio Diniz Alves e Suzana Marta Cavenaghi, em http://www.uel.br/ revistas/uel/index. php/mediacoes/ article/view/16472 4. Pesquisa Nacional

A primeira evidência é encorajadora. Observem-se os dados da pesquisa referentes à presença feminina no grupo de empresas que se manifestaram

por Amostra de

a propósito das principais características de seu

Domicílios 2013, do Instituto Brasileiro

pessoal. As mulheres têm vantagem em relação

de Geografia e

aos homens no contingente de aprendizes e esta-

Estatística (IBGE), em www.ibge.gov.br consideradas, nas duas populações, as pessoas com 15 anos ou mais de idade. Ver também banco de dados sobre o trabalho das mulheres, da Fundação Carlos Chagas, em http://

giários, com participação de 55,9% e 58,9%, respectivamente. Perdem espaço, no entanto, já a partir dos trainees, com 42,6%. Nos níveis seguintes, estão ainda menos presentes, com porcentagens de 35,5% no quadro funcional, 38,8% na supervisão, 31,3% na gerência, 13,6% no quadro executivo e 11% no conselho de administração.

www.fcc.org.br/ bdmulheres/serie1. php?area=series 5. Portal Brasil, em www.brasil. gov.br/educacao consideradas as pessoas com mais de 10 anos de idade.

Os resultados fazem lembrar os obtidos pela pesquisa realizada em 2010, ao menos em seus principais aspectos, a começar pela desigualdade entre os sexos e a sub-representação das mulheres, tendo em conta os dados sobre sua presença na sociedade brasileira.

O nível de instrução é superior ao dos homens. Elas possuem um número médio de anos de es-

6. Censo da Educação Superior,

As mulheres são maioria, com 51,4% do total da

tudo (7,5) superior ao deles (7) e 58,1% do contin-

Nacional de

população . São maioria, aliás, desde o correr

gente de brasileiros que têm mais de 15 anos de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

dos anos 1960 e 1970, entrando, a partir de

estudo5. Foram ainda maioria, em 2013, entre os

Teixeira (Inep),

1980, num processo de constante ampliação,

matriculados (55,5%) e os concluintes (59,2%) do

que tende a se manter nos próximos anos .

ensino superior. O curso de administração, muito

do Instituto

em http://download. inep.gov.br/ educacao_superior/ censo_superior/ apresentacao/2014/ coletiva_censo_ superior_2013.pdf

16

Os resultados fazem lembrar os obtidos pela pesquisa realizada em 2010, a começar pela desigualdade entre os sexos e a sub-representação das mulheres, tendo em conta os dados sobre sua presença na sociedade brasileira.

2

3

Têm, além disso, a proporção de 43,6% da po-

valorizado pela maioria das empresas, é um dos

pulação economicamente ativa (PEA) e 42,6%

três mais procurados pelas mulheres, a julgar pela

da população ocupada4.

proporção de matrículas, 55,6% superior à deles6.


DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL POR SEXO (%)

HOMENS

MULHERES

Conselho de Administração

89,0

11,0

Quadro Executivo

86,4

13,6

Gerência

68,7

31,3

Supervisão

61,2

38,8

Quadro Funcional

64,5

35,5

Trainees

57,4

42,6

Estagiários

41,1

58,9

Aprendizes

44,1

55,9

Afunilamento hierárquico Outro aspecto chama atenção nos resultados

deram às indagações sobre as principais caracte-

desta edição da pesquisa, como já ocorrera nas an-

rísticas de seu pessoal pertence, majoritariamente,

teriores: um afunilamento hierárquico no corpo de

aos setores de serviço e comércio, os quais, como

funcionários, com menor inclusão de mulheres à

é sabido, empregam maior contingente feminino.

medida que aumentam as atribuições de comando.

Em 2010, vinha desses setores uma parcela de

Da supervisão à gerência, por exemplo, elas perdem

43,8% do grupo então analisado. Isso, no entanto,

7,5 pontos percentuais; da gerência ao quadro exe-

parece não produzir melhor resultado quanto à

cutivo, mais 18 pontos.

presença de mulheres no reduto ainda quase inexpugnável do quadro executivo: 13,7% em 2010 e,

Apesar disso, as supervisoras e gerentes deste

coincidentemente, 13,6% em 2015.

grupo de empresas têm presença bem mais expressiva que as do grupo de empresas que respon-

A ação das empresas para mudar esse retrato ainda

deram à pesquisa de 2010. As supervisoras tinham

não alcança o estágio almejado. Significativa par-

então participação de 26,8%; têm neste ano 38,8%

cela das organizações diz não possuir medidas

(diferença de 45%). As gerentes tinham 22,1%; têm

para incentivar a presença de mulheres no quadro

neste ano 31,3% (diferença de 42%).

executivo (ver pág. 45). Observe-se, por fim, que

O contraste ganha algum significado quando se

adequada a proporção de mulheres em todos os ní-

considera que o grupo de empresas que respon-

veis funcionais (ver pág. 57).

parcelas consideráveis de gestores percebem como

17


RESULTADOS

COMPOSIÇÃO POR SEXO HOMENS

MULHERES

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015

Conselho de Administração

100

11%

89%

80 60 40 11%

20

89%

0 2001

100

Quadro Executivo

13,6%

94,0%

2003

2005

2007

2010

2015

91,0%

89,4%

88,5%

86,3%

86,4%

9,0%

10,6%

11,5%

13,7%

13,6%

2003

2005

2007

2010

2015

75,4%

77,9%

80 60 40 20

6,0%

0

86,4%

2001

100 82,0%

31,3%

80

69,0%

68,7%

Gerência

60 31,0%

40

22,1%

2007

2010

18,0%

20

31,3%

24,6%

0

68,7%

2001

2003

2005

72,0%

73,0%

2015

100

38,8%

73,2% 61,2%

63,0%

Supervisão

60 38,8%

37,0%

40

28,0%

27,0%

2003

2005

26,8%

20

61,2% 18

80

0 2001

2007

2010

2015


COMPOSIÇÃO POR SEXO HOMENS

MULHERES

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015 100

Quadro Funcional

35,5%

80

65,0%

67,4%

65,0%

66,9%

64,5%

35,0%

32,6%

35,0%

33,1%

35,5%

2003

2005

2007

2010

2015

60 40 20

64,5%

0 2001

100

57,4%

80 57,4%

Trainees

60 40

42,6%

20 0

42,6% 41,1%

2001

2003

2005

2007

2010

2015

100

58,9%

80 58,9%

Estagiários

60 40

41,1%

20 0 2001

2003

2005

2007

2010

2015

100

55,9%

80

63,0% 55,9%

Aprendizes

60 37,0%

40

44,1%

20

44,1%

0 2001

2003

2005

2007

2010

2015

19


RESULTADOS

| COMPOSIÇÃO POR SEXO

O sexismo custa caro Por Rachel Moreno As mulheres entraram pela porta dos fundos no

E, se é verdade que elas ainda se concentram nos

mundo do trabalho, tendo de “provar” que mere-

trabalhos mais precarizados e sem direitos traba-

ciam a “oportunidade” que lhes estava sendo ofere-

lhistas, é também verdade que podemos encon-

cida, sempre que o mercado se via com falta de mão

trá-las em todos os lugares.

de obra em algum setor específico, embora muitas vezes estivessem mais atraídas por outro setor,

Hoje, as mulheres estão cursando todas as facul-

que oferecesse melhores condições de trabalho.

dades e já estão em todas as profissões. Dizem as pesquisas que elas acumulam, em média, quatro

Começaram entrando em profissões que, de al-

anos a mais de estudo do que os homens, em qual-

guma maneira, representassem uma extensão

quer nível que se considere.

do trabalho doméstico. Se, em casa, cuidavam da faxina ou do fogão, viraram faxineiras ou empre-

E trouxeram para o mundo do trabalho novas ha-

gadas domésticas, cozinheiras, lavadeiras e si-

bilidades, nas quais elas sempre foram treinadas,

milares. Se, em casa, cuidavam da educação dos

em razão de sua atuação em casa, e com as quais

filhos, passaram a ser babás e, no topo, profes-

provaram o seu valor. Assim, se elas são treinadas

soras. E assim foi.

a dialogar com todos – das crianças aos velhos da família, passando pelo marido – e a achar solu-

Provaram a sua competência e seriedade

ções em que todos os demandantes se sintam

Caso típico foi a sua entrada na varrição de ruas,

contemplados, tal habilidade provou ser produ-

na década de 1970, transformando para elas a de-

tiva e interessante.

signação “garis” em “margaridas”. As empresas contratantes descobriram então que elas eram

A revista britânica The Economist divulgou recente-

assíduas ao trabalho, varriam bem, não perdiam

mente uma pesquisa com base na América Latina

tempo “namorando sobre a cerca com as em-

segundo a qual a igualdade de gênero faz bem ao

pregadas das casas pelas quais passavam” nem

crescimento econômico**.

“bebendo pinga nos botecos da esquina”, como faziam os garis. E, ganho adicional para o con-

O sexismo não é apenas errado. Também custa caro.

tratante, elas recebiam menos do que os ho-

De acordo com a pesquisa, a América Latina teria

mens – que, aliás, preferiram na época trabalhar

feito avanços na introdução de mulheres na força

na construção do metrô, que, além de remunerar

de trabalho, mas a taxa de participação delas ainda

melhor, ainda dava alojamento.

é muito menor do que a dos homens. Se o desequilíbrio fosse corrigido, o PIB per capita da região seria

Atualmente, a presença das mulheres no mercado

16% maior, calculam David Cuberes, da Universidade

de trabalho já representa 45% da mão de obra*.

Clark, em Massachusetts (EUA), e Marc Teignier, da

* IBGE, 2010 ** http://www.economist.com/news/americas/21661804-gender-equality-good-economic-growth-girl-power

20


Universidade de Barcelona (Espanha).

precisariam ganhar tanto quanto os homens e estar igualmente representadas nos diversos

Em novo artigo, os dois economistas examinam

cargos e níveis. Mas ainda estamos longe disso.

também os efeitos econômicos da diferença entre as taxas de homens e de mulheres que comandam

Falta, para tanto, que as mulheres recebam os

empresas. As mulheres latino-americanas são re-

mesmos salários que os homens – salário igual

lativamente mais empreendedoras.

para trabalho igual e compartilhamento igualitário da massa salarial. Falta também que a sua

O efeito do desequilíbrio entre o empreende-

representação na estrutura hierárquica não fique

dorismo masculino e o feminino é menor na re-

detida por qualquer teto de vidro, invisível a olho

gião do que, por exemplo, nos Estados Unidos.

nu, mas perceptível na escala hierárquica.

Ainda assim, se ele fosse eliminado, sustentam Cuberes e Teignier, o PIB per capita latino-ameri-

A empresa que contemplar essas duas de-

cano seria 4,7% maior.

mandas estará de fato honrando a chamada equidade de gênero.

Cuberes e Teignier talvez subestimem os benefícios econômicos para a América Latina de uma

Além de estar, de fato, retribuindo adequada-

maior taxa de emprego feminino, pois não levam

mente o trabalho incorporado, essa empresa es-

em consideração o fato de que as mulheres da re-

tará sendo merecedora do “Selo Pró-Equidade de

gião são mais escolarizadas do que seus irmãos e,

Gênero e Raça”, que o governo já começa a dis-

em vista disso, provavelmente seriam mais produ-

tribuir a quem o mereça. Dentro em breve, esse

tivas do que eles, caso estivessem empregadas.

selo deverá valer benefícios para a companhia, como uma pontuação a mais nos editais de lici-

Entretanto, apesar de todos esses aportes, as

tação governamentais. Mais do que isso, porém, a

mulheres continuam sendo tratadas como traba-

consciência do dever cumprido e da contribuição

lhadoras de segunda categoria. E isso se observa

para uma sociedade mais justa e igualitária será

basicamente em dois aspectos: nos salários (as

a maior recompensa de quem enveredar por este

mulheres recebem 70% da massa salarial obtida

caminho.

pelos homens) e no famoso “teto de vidro”, responsável pelo escasseamento da presença femi-

Vamos a ele?

nina nos cargos superiores, ainda que tenham as competências necessárias para tanto.

Rachel Moreno é psicóloga, trabalha com pesquisa de mercado e de opinião, milita há 30 anos no feminismo

Para falarmos de efetiva igualdade, as mulheres

e atua há 10 anos pela democratização da mídia.

21


RESULTADOS

COMPOSIÇÃO POR

COR OU RAÇA DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL POR COR OU RAÇA (%)

BRANCOS

TOTAL NEGROS

Conselho de Administração

95,1

4,9

Quadro Executivo

94,2

4,7

Gerência

90,1

6,3

Supervisão

72,2

25,9

Quadro Funcional

62,8

35,7

Trainees

41,3

58,2

Estagiários

69,0

28,8

Aprendizes

41,6

57,5

É

expressiva a presença de negros entre os

à medida que se alcançam níveis mais elevados do

aprendizes do grupo de empresas que se ma-

quadro de pessoal. O processo é tal que resulta em di-

nifestaram a propósito das principais caracte-

ferença, entre brancos e negros, de 94,2% no quadro

rísticas de seu pessoal. Eles têm participação de

executivo e 94,8% no conselho de administração.

57,5% nesse nível. Mas ficam com apenas 28,8%

7. Dinâmica

no nível dos estagiários, com uma diferença de

Sub-representação

50% entre os dois contingentes.

É eloquente também a sub-representação dos negros no grupo aqui estudado. A população negra,

Demográfica da População Negra Brasileira, 2011, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em ipea.gov.br/ portal/images/

A porcentagem de 58,2% no nível dos trainees,

formada por pretos e pardos, de acordo com a no-

com a mesma diferença de 50% em relação aos

menclatura adotada pelo IBGE, é hoje maioria no

estagiários, abre, numa primeira observação, a

total da população do país. Não era assim entre 1980

perspectiva de um considerável aproveitamento

e 2000, considerados os três Censos do período. Em

de negros nos níveis seguintes – o que não se con-

2000, os negros formavam um grupo de 76 milhões

comunicadoipea91.

firma. Sua participação no quadro funcional é de

de pessoas, ou 44,7% do total da população. Já no

pdf

35,7% (diferença de 38,7%), decrescendo progres-

Censo de 2010 constatou-se uma inversão: 97 mi-

sivamente para 25,9% na supervisão (27,5% de di-

lhões de pessoas, ou 50,7% do total, declararam-se

ferença), 6,3% na gerência (75,7% de diferença) e

negras7, com um provável aumento das que antes se

4,7% no quadro executivo (25,4% de diferença), e

declaravam brancas e passaram a se declarar pardas.

stories/PDFs/ comunicado/110512_

8. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em ibge.gov.br/

mantendo-se num mesmo patamar no conselho de administração, com 4,9%.

populacao/ trabalhoerendimento/pnad2013/ brasil_defaultxls_ brasil.shtm

22

Em 2013, a participação dos negros no total da população atingiu 52,9% 8, o que representa 107

home/estatistica/

Vê-se logo, a par da desigualdade entre negros e

milhões de pessoas num total de cerca de 201

brancos, o afunilamento hierárquico, já constatado

milhões, com um crescimento de 2,2 pontos

nas pesquisas anteriores, que exclui os primeiros

percentuais e mais 10 milhões de negros em


PRETOS

PARDOS

AMARELOS

INDÍGENAS

0,0

4,9

0,0

0,0

0,5

4,2

1,1

0,0

0,6

5,7

3,5

0,1

3,6

22,3

1,8

0,1

7,0

28,7

1,3

0,2

2,5

55,7

0,5

0,0

4,4

24,4

2,0

0,2

12,2

45,3

0,5

0,4

relação a 2010. Eles participam também de

Observe-se também que os negros estão tendo

9. Retrato das

52,8% da população economicamente ativa

mais acesso ao ensino superior. Indicação clara

Desigualdades de

e de 51,9% da população ocupada, porcen-

disso são as matrículas em cursos de graduação

do Instituto de

tagens que indicam não haver praticamente

presenciais e a distância, em instituições pú-

Aplicada (Ipea),

sub-representação.

blicas ou privadas, no período 2001-2013 : as

em ipea.gov.br/

matrículas de brancos cresceram 27,5%; as de

educacao.html,

10

Gênero e Raça, Pesquisa Econômica

retrato/indicadores_

No grupo de empresas aqui analisado, entre-

negros, 40%, numa evolução que tende a ser am-

tabela 3.1b

tanto, os negros, de ambos os sexos, têm par-

pliada e que se pode atribuir, em boa parte, ao es-

10. Sinopses

ticipação de apenas 34,4% em todo o quadro

tabelecimento de políticas, como a de cotas, em

Educação Superior

de pessoal. E as mulheres negras têm condição

favor da igualdade racial11.

Instituto Nacional

ainda mais desfavorável, com 10,6%, ocupando

Estatísticas da – Graduação, do de Estudos e Pesquisas

10,3% do nível funcional, 8,2% da supervisão e

Ações afirmativas

1,6% da gerência. No quadro executivo, sua pre-

Ao responder às indagações da pesquisa refe-

Teixeira (Inep),

sença se reduz a 0,4%. São duas, entre 548 dire-

rentes às ações afirmativas, a grande maioria das

gov.br/superior-

tores, negros e não negros, de ambos os sexos.

empresas diz não possuir medidas para ampliar a presença de negros em nenhum nível de seu pes-

Educacionais Anísio em portal.inep. censosuperiorsinopse 11. Ver também

Formação superior

soal (ver pág. 47). Parcela relevante dos gestores,

o Estatuto da

Quanto ao nível de instrução da população negra,

por sua vez, tem a percepção de que, ao menos

em www.seppir.gov.

sabe-se que, em 2003, a média era de 5,1 anos de

na gerência e no quadro executivo, a presença de

br/portal-antigo/

estudo, enquanto a da branca era de 6,9 anos.

negros está abaixo do que deveria. Questionados

igualdade-racial.

Dez anos depois, em 2013, os negros alcançaram

quanto à causa da escassez de negros em um ou

Para conhecer

a média de 6,5 anos de estudo e a população

mais níveis, parte dos gestores diz haver “falta

Cotas e tirar dúvidas,

branca, 8,1 anos, com aumento, respectivamente,

de conhecimento ou experiência da empresa para

br/cotas/perguntas-

de 27,5% e 17,4%9.

lidar com o assunto” (ver pág. 58).

Igualdade Racial

estatuto-da-

melhor a Lei de ver portal.mec.gov. frequentes.html

23


RESULTADOS

COMPOSIÇÃO POR COR OU RAÇA BRANCOS

NEGROS

AMARELOS

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015

4,9% Conselho de Administração

INDÍGENAS

95,1%

100 80 60 40

4,9% 0,0% 0,0%

20 0

95,1%

2001

4,7% 1,1%

2003

2005

2007

2010

2015

95,2%

96,5%

94,4%

94,0%

93,3%

94,2%

2,6% 2,0% 0,2%

1,8% 1,7% 0,0%

3,4% 2,2% 0,0%

3,5% 2,1% 0,4%

5,3% 1,4% 0,0%

4,7% 1,1% 0,0%

2003

2005

2010

2015

89,0%

89,0%

8,8% 2,1% 0,1%

9,0% 1,9% 0,1%

2003

2005

84,2%

84,1%

100

Quadro Executivo

80 60 40 20 0

94,2%

6,3%

2001

3,5% 0,1%

100

2007

81,0%

84,7%

90,1%

80

Gerência

60 40 20

13,2% 1,9% 0,2%

6,3% 3,5% 0,1%

0

90,1%

2001

1,8% 0,1%

2007

2010

2015

73,0%

72,2%

25,6% 1,3% 0,1%

25,9% 1,8% 0,1%

2010

2015

100

25,9%

80

80,1%

Supervisão

60 40 20

72,2% 24

17,0% 1,8% 0,2%

13,5% 2,2% 0,1%

13,5% 2,3% 0,1%

2003

2005

17,4% 2,3% 0,2%

0 2001

2007


COMPOSIÇÃO POR COR OU RAÇA BRANCOS

NEGROS

AMARELOS

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015

1,3% 0,2% Quadro Funcional

INDÍGENAS

100

35,7%

74,6%

80

68,7%

73,0%

67,3%

62,8%

60 40

26,4%

25,1%

1,8% 0,2%

4,2% 0,7%

1,4% 0,5%

2003

2005

23,4% 20

62,8%

35,7%

1,3% 0,3%

1,3% 0,2%

2010

2015

0 2001

0,5%

31,1%

2007

100 80

Trainees

41,3%

58,2%

60 40

41,3%

20

58,2%

0,5% 0,0%

0 2001

2,0%

0,2%

2003

2005

2007

2010

2015

100 80

28,8%

69,0%

Estagiários

60 40

28,8%

20

69,0%

2,0% 0,2%

0 2001

0,5%

0,4%

2003

2005

2007

2010

100 80

63,7% 57,5%

Aprendizes

60 35,6%

40

57,5%

2015

41,6%

20

41,6%

0,6% 0,1%

0,5% 0,4%

2010

2015

0 2001

2003

2005

2007

25


RESULTADOS

| COMPOSIÇÃO POR COR OU RAÇA

Exclusão fragiliza responsabilidade social Por Cida Bento

12. Dossiê Mulheres

Profissionais que atuam no campo das políticas

rias algumas medidas fundamentais: a colocação

Negras: retrato das

de diversidade em empresas têm destacado que

do dado cor/raça nos cadastros, que é amparada

condições de vida das mulheres negras no Brasil. Organização de Mariana Mazzini Marcondes [et al.], do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), disponível em www.ipea.gov. br/portal/index. php?option=com_ content&view =article&id=20978 13. “O perfil dos trabalhadores e trabalhadoras na

a dimensão racial da diversidade é aquela que

por sólidos marcos legais, deve ser feita já nos pro-

traz mais desafios para ser abordada e imple-

cessos de recrutamento e seleção, bem como nas

mentada. Exemplo típico é o caso das mulheres

oportunidades de treinamento, de ascensão e de

negras, que em todos os indicadores de mercado

mentoring, de maneira que seja possível identi-

de trabalho brasileiro se encontram em pior si-

ficar quais são os obstáculos presentes nessas di-

tuação: taxas de participação mais baixas, alta

ferentes etapas e ultrapassá-los.

taxa de desemprego (chega a ser 100% superior em relação ao homem branco desempregado)12 e

De outro lado, há que se desenvolver formas de

informalidade (66,7% mais elevada) , bem como

acessar e atrair profissionais negras, bem como

rendimentos inferiores (74,5% quando compa-

as milhares de jovens que concluem o curso su-

radas aos dos homens brancos) .

perior, nas diferentes regiões do país, por meio

13

14

economia informal”,

dos diversos programas de ação afirmativa im-

de Eugenia Troncoso Leone, do Escritório da OIT no Brasil, para a série Trabalho Decente no Brasil, documento de trabalho nº 3, em www.oit.org.br/ sites/default/files/ topic/employment/

Nas posições de liderança empresarial, as edições

plementados nas universidades, desde o prin-

anteriores deste Perfil Social, Racial e de Gênero das

cípio desta década.

500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas têm revelado um quadro dramático e persis-

Cabe destacar, finalmente, que iniciativas im-

tente: mulheres negras ocupavam 2,1% do quadro

portantes e qualificadas no campo da igualdade

gerencial e 0,5% do quadro executivo em 2010.

racial vêm sendo protagonizadas por diferentes

pub/perfil_

empresas. Essas iniciativas, embora isoladas e

trabalhadores_247.

Mulheres negras são parte substantiva do seg-

14. Pesquisa

mento a ser beneficiado pelos programas de

disseminadas, como cases, com vistas a inspirar

gênero nas empresas e sua exclusão ou sub-re-

as empresas, auxiliando-as a avançar para um

presentação fragiliza o discurso e os esforços no

ambiente empresarial mais democrático, que

campo da sustentabilidade e responsabilidade

respeite os direitos humanos e que aposte no

social. Para mudarmos esse cenário, são necessá-

desenvolvimento econômico e social do país.

Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

26

pontuais, podem ser mapeadas, detalhadas e

pdf


Cida Bento é doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), psicóloga organizacional e coordenadora executiva do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert).

27


RESULTADOS

PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA

15. Ver, a propósito, o texto “Mulheres

O grupo de empresas aqui analisado tem 2% de

Legislação

com Deficiência”,

pessoas com deficiência trabalhando em seus

A inclusão de pessoas com deficiência pelas em-

quadros. Os homens são maioria nesse contin-

presas é regida pela Lei nº 8.213/1991. A corporação

gente, com proporção de 59,9%. As mulheres, com

que tiver 100 ou mais empregados deve preencher

de Anahi Guedes de Mello, na versão comentada da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em www.pessoa comdeficiencia. gov.br/app/sites/ default/files/ publicacoes/ convencao-sdpcd-

sua participação de 40,1%, enfrentam um afunila-

de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários rea-

mento já detectado nos capítulos de composição

bilitados ou pessoas com deficiência, habilitadas,

por sexo e por cor ou raça. Ou seja, quanto mais

nesta proporção: até 200 empregados, 2%; de 201

elevado é o nível hierárquico, maior é a exclusão

a 500, 3%; de 501 a 1.000, 4%; e, acima de 1.000,

das mulheres com deficiência.

5%16. Lembre-se, a propósito, que 64,6% das empresas do grupo que se manifestou, nesta edição,

novos-comentarios. pdf

Elas têm desvantagem entre os aprendizes e van-

quanto às principais características de seu pessoal

16. A Lei nº

tagem entre os estagiários. Mas suas porcentagens

possuem mais de 1.000 funcionários (ver pág. 13).

8.213/1991 está em www.planalto.gov. br/CCIVIL_03/leis/ L8213cons.htm 17. A Lei nº 13.146/2015 está em www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ Ato2015-2018/2015/ Lei/L13146.htm

de participação decrescem a partir daí: trainees (43,9%), quadro funcional (40,9%), supervisão

Em julho deste ano foi sancionada pela Presidência

(26,4%) e gerência (25,0%). No quadro executivo,

da República a Lei nº 13.146/2015, que institui a Lei

o grupo masculino alcança a marca dos 100%: três

Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

pessoas com deficiência; as três, homens. No con-

(Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada

selho administrativo, não há nem mulheres nem ho-

“a assegurar e a promover, em condições de igual-

mens com deficiência.

dade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à

18. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em versão comentada, está em www.pessoacom deficiencia.gov.br/ app/sites/default/

Considerando-se o conjunto de funcionários do grupo de empresas que informaram as principais características de seu quadro de pessoal, a mulher

Essa lei, que deve vigorar a partir de sua pro-

com deficiência ocupa 0,8% dos postos de tra-

mulgação em janeiro de 2016, tem como base a

balho; o homem com deficiência, 1,2%.

convencao-sdpcdpdf

28

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU, ratificada pelo Brasil em 2008,

files/publicacoes/ novos-comentarios.

sua inclusão social e cidadania”17 .

Os resultados sugerem haver uma dupla discri-

com status de emenda à Constituição, e promul-

minação da mulher com deficiência, de gênero

gada em 2009 pelo Poder Executivo. A Convenção

e condição de deficiência – uma questão ainda

trata, em seu artigo 27, do direito ao Trabalho e

pouco estudada15.

ao Emprego18.


A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defi-

acesso e de permanência da pessoa com defici-

ciência faz o mesmo no capítulo VI dos Direitos

ência no campo de trabalho”.

Fundamentais, dispondo, no parágrafo 3º do artigo 34: “É vedada restrição ao trabalho da pessoa

Ações

com deficiência e qualquer discriminação em razão

A maioria do grupo de empresas participantes

de sua condição, inclusive nas etapas de recruta-

desta pesquisa declara não possuir medidas de

mento, seleção, contratação, admissão, exames

incentivo à presença de pessoas com deficiência

admissional e periódico, permanência no emprego,

nos postos de comando (ver pág. 49). É elevada,

ascensão profissional e reabilitação profissional,

porém, a proporção dos principais gestores que

bem como exigência de aptidão plena”.

considera a presença de pessoas com deficiência “abaixo do que deveria” na supervisão (62%), ge-

No artigo 35, a nova lei diz ser “finalidade pri-

rência (69,4%) e quadro executivo (67,6%), mos-

mordial das políticas públicas de trabalho e

trando, assim, estarem ao menos atentos à

emprego promover e garantir condições de

questão (ver pág. 59).

DISTRIBUIÇÃO DAS PESSOAS COM E SEM DEFICIÊNCIA (%)

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA PESSOAS SEM DEFICIÊNCIA Conselho de Administração

0,00

100,00

Quadro Executivo

0,64

99,36

Gerência

0,41

99,59

Supervisão

0,89

99,11

Quadro Funcional

2,33

97,67

Trainees

0,60

99,40

Estagiários

0,06

99,94

Aprendizes

0,83

99,17

DISTRIBUIÇÃO DE HOMENS E MULHERES COM E SEM DEFICIÊNCIA (%)

HOMENS HOMENS MULHERES MULHERES COM DEFICIÊNCIA SEM DEFICIÊNCIA COM DEFICIÊNCIA SEM DEFICIÊNCIA Conselho de Administração

0,00

87,50

0,00

12,50

Quadro Executivo

0,64

88,04

0,00

11,32

Gerência

0,30

67,80

0,10

31,80

Supervisão

0,65

59,01

0,23

40,11

Quadro Funcional

1,38

63,23

0,95

34,44

Trainees

0,34

58,34

0,26

41,06

Estagiários

0,00

40,06

0,06

59,88

Aprendizes

0,43

47,78

0,40

51,39

29


RESULTADOS

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA COM DEFICIÊNCIA

SEM DEFICIÊNCIA

Conselho de Administração

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2003-2015 100

100%

100% 80 60 40 20 0,0% 0

0,6%

2003

2005

2007

2010

2015

99,0%

99,0%

99,6%

98,7%

99,4%

1,0%

1,0%

0,4%

1,3%

0,6%

2003

2005

2007

2010

2015

96,3%

99,6%

99,6%

99,6%

99,6%

3,7%

0,4%

0,4%

0,4%

0,4%

2003

2005

2007

2010

2015

99,4%

95,3%

99,6%

99,4%

99,1%

1,6%

4,7%

0,4%

0,6%

0,9%

2003

2005

2007

2010

2015

100

Quadro Executivo

80 60 40 20 0

99,4%

0,4%

100 80

Gerência

60 40 20 0

99,6% 0,9%

100 80

Supervisão

60 40 20

99,1% 30

0


PESSOAS COM DEFICIÊNCIA COM DEFICIÊNCIA

SEM DEFICIÊNCIA

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2003-2015

2,3%

100 96,5%

98,0%

98,1%

98,5%

97,7%

3,5%

2,0%

1,9%

1,5%

2,3%

2003

2005

2007

2010

2015

Quadro Funcional

80 60 40 20

97,7%

0,6%

0

100 99,4% 80

Trainees

60 40 20 0,6%

99,4%

0 2003

0,06%

2005

2007

2010

2015

100 99,94% 80

Estagiários

60 40 20 0,06% 0

99,94%

2003

0,8%

2005

2007

2010

2015

99,5%

99,2%

0,5%

0,8%

2010

2015

100 80

Aprendizes

60 40 20

99,2%

0 2003

2005

2007

31


RESULTADOS

| PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Inclusão estimula a criatividade Por Marta Gil A informação é um poderoso recurso para po-

direito está garantido desde a Declaração Uni-

tencializar a inclusão de pessoas com defici-

versal dos Direitos Humanos, de 1948, e consta

ência. Aí reside a importância desta pesquisa:

do artigo 27 da Convenção sobre os Direitos das

ela traz informações de fontes primárias, dese-

Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil

nhadas para que as empresas fundamentem a

com equivalência de emenda constitucional (De-

implementação de programas e políticas de in-

creto Legislativo nº 186/2008) e promulgada pelo

clusão de pessoas com deficiência ou balizem

Decreto Executivo nº 6.949/2009.

ações em andamento. A inclusão traz resultados positivos para o tra-

32

A inclusão de pessoas com deficiência ultra-

balhador com deficiência, para a empresa e para

passa o mero cumprimento da Lei de Cotas (Lei

a sociedade. Para a sociedade, significa que são

nº 8.213/1991): ela assegura o direito ao trabalho,

mais pessoas exercendo sua cidadania, desenvol-

que deve ser exercido em condições de segurança,

vendo seu potencial, tendo acesso ao consumo e

dignidade e equiparação de oportunidades. Esse

cumprindo suas obrigações fiscais.


Sua presença colabora para melhorar o clima or-

Marta Gil é consultora e coordenadora executiva

ganizacional: a humanização e o aumento das

do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, res-

condições de acessibilidade do ambiente con-

ponsável pela concepção do Discovery – primeiro

tribuem para a produtividade. Estimula a criati-

jogo corporativo sobre inclusão – e pela elaboração

vidade, a busca de soluções, a identificação de

da Metodologia Sesi/Senai de Gestão da Inclusão.

oportunidades de negócios, de serviços e de talentos, que contribuem para a sustentabilidade da empresa. Traz repercussões positivas para a vida de todos os funcionários, suas famílias e comunidades, e para a imagem institucional.

33


RESULTADOS

FAIXA

ETÁRIA

A pesquisa mostra que os funcionários da faixa

Observa-se também, a respeito desse grupo, acen-

de 25 a 45 anos ocupam a maior parcela de três

tuada prevalência da faixa de 46 a 55 anos em re-

níveis hierárquicos das empresas que respon-

lação à de 56 anos ou mais, com desnível de 19%

deram a este item do questionário: o funcional,

para 6% no quadro funcional, 25,3% para 4,7% na

com participação de 65,1%, a supervisão, com

supervisão, 20,4% para 4,0% na gerência e 41,0%

68,8%, e a gerência, com 75,5%. São minoria

para 9,1% no quadro executivo. É igualmente dis-

apenas no quadro executivo, com 46,7%, e no

creta a participação, de 5,9%, da faixa de 56 anos

conselho administrativo, com 32,9%. Conside-

ou mais no quadro de pessoal, considerados esses

rados estes cinco níveis, o grupo de 25 a 45 anos

quatro níveis e o conselho administrativo.

tem presença de 65,5%. Indagadas quanto a possíveis medidas de incenA faixa de 16 a 24 anos de idade, que representa

tivo à presença, em seus quadros, de pessoas

a grande maioria de aprendizes, estagiários e

com mais de 45 anos, parcelas superiores a 80%

trainees, ocupa 8,4% do total dos demais postos

das empresas declaram não ter nenhuma, para

de trabalho. Tem maior participação, de 9,8%,

os quatro níveis considerados nesta questão

no quadro funcional, por onde entra em geral

(ver pág. 51).

a maioria dos jovens. É superada, porém, nesse nível, por todas as outras faixas, exceto pela de 56 anos ou mais.

Esse resultado parece estar de acordo com a percepção da maioria dos principais gestores. É adequada, para eles, a presença desses funcio-

34

O contingente acima de 45 anos tem presença

nários no quadro executivo (66,4%), na gerência

de 67,1% no conselho administrativo, 50,2% no

(74,5%), na supervisão (77,3%) e no quadro fun-

quadro executivo, 24,5% na gerência, 30,1% na

cional (80%). Parcela não desprezível, de 29,1%,

supervisão e 25,1% no quadro funcional. Conside-

considera “acima do que deveria” a presença de

rados esses cinco níveis, a proporção de funcioná-

pessoas com mais de 45 anos no quadro execu-

rios da faixa acima de 45 anos é de 26%.

tivo (ver pág. 60).


DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL POR FAIXAS ETÁRIAS (%)

16 A 24 ANOS 25 A 35 ANOS 36 A 45 ANOS 46 A 55 ANOS 56 ANOS OU MAIS Conselho

0,00

0,00

32,94

37,65

29,41

Quadro Executivo

3,12

20,17

26,52

41,00

9,19

Gerência

0,02

30,28

45,25

20,45

4,00

Supervisão

1,11

34,49

34,35

25,34

4,71

Quadro Funcional

9,80

40,18

24,88

19,08

6,06

DISTRIBUIÇÃO DE APRENDIZES, ESTAGIÁRIOS E TRAINEES POR FAIXAS ETÁRIAS (%)

14 A 16 ANOS

17 A 19 ANOS

20 A 24 ANOS

Trainees

0,08

9,75

90,17

Estagiários

1,62

14,45

83,93

Aprendizes

40,13

44,96

14,91

35


RESULTADOS

FAIXA ETÁRIA 56 ANOS OU MAIS

46 A 55 ANOS

36 A 45 ANOS

PESQUISA 2015

25 A 35 ANOS

16 A 24 ANOS

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015

Conselho de Administração

100

32,94%

29,41%

80 37,65% 32,94% 29,41%

60 40 20

37,65%

9,19%

3,12%

0 2001

2003

2005

2007

2010

2015

43,00% 18,00% 6,00% 0,00%

41,00% 38,50% 13,50% 7,00% 0,00%

37,00% 39,60% 11,90% 11,50% 0,00%

39,60% 37,50% 16,20% 6,60% 0,10%

39,80% 35,50% 18,00% 6,40% 0,30%

41,00% 26,52% 9,19% 20,17% 3,12%

2001

2003

2005

2007

2010

2015

44,30% 33,80% 19,00% 2,70% 0,20%

50,50% 22,80% 23,50% 2,20% 1,00%

38,30% 31,40% 23,20% 5,60% 1,50%

39,50% 26,40% 26,90% 6,70% 0,50%

45,25% 20,45% 30,28% 4,00% 0,02%

2003

2005

2007

2010

2015

46,00% 27,00% 22,50% 3,00% 1,50%

42,90% 30,20% 22,60% 1,90% 2,40%

40,80% 28,90% 25,80% 2,30% 2,20%

32,10% 46,90% 15,60% 2,40% 3,00%

34,35% 34,49% 25,34% 1,11% 4,71%

2003

2005

2007

2010

2015

100

20,17% Quadro Executivo

0,00% 0,00%

80 60

33,00%

40

26,52% 41,00%

20,45%

4,00%

0,02%

20 0

100 80

Gerência

30,28%

60 40 20 0

45,25%

2001

4,71% 1,11%

100

25,34% Supervisão

34,49%

60 40 20

34,35% 36

80

0 2001


FAIXA ETÁRIA 20 A 24 ANOS

17 A 19 ANOS

14 A 16 ANOS

PESQUISA 2015

6,06%

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015

9,80%

100

19,08% Quadro Funcional

80 60

35,50% 29,20% 19,70% 14,00% 1,60%

37,50% 25,80% 20,90% 14,00% 1,80%

37,70% 25,70% 17,60% 16,50% 2,50%

43,20% 22,80% 19,30% 12,30% 2,40%

40,18% 24,88% 9,80% 19,08% 6,06%

2003

2005

2007

2010

2015

40

40,18% 24,88%

20 0 2001

0,08%

9,75%

100 90,17%

80

Trainees

60 40 0,08% 20

90,17%

9,75%

0 2001

1,62%

14,55%

2003

2005

2007

2010

2015

100 80

83,93%

Estagiários

60 40 14,45%

20

1,62%

83,93%

0 2001

2003

2005

2007

2010

2015

100

40,13%

80 57,60%

Aprendizes

60

44,96%

40 20

14,91%

44,96%

28,80%

40,13%

13,60%

14,91%

2010

2015

0 2001

2003

2005

2007

37


RESULTADOS

ESCOLARIDADE As mulheres se destacam. Exibem, neste grupo de

Caminha-se no sentido inverso ao do afunila-

empresas, um maior grau de instrução, como já

mento hierárquico já apontado no capítulo da

acontecera com o grupo estudado em 2010. A pre-

composição por sexo: menor a participação,

valência pode ser observada já no quadro funcional,

maior a proporção do grupo feminino com

em que têm menor presença que os homens, de

curso superior.

35,5%, mas uma proporção de 52,2% com formação superior, 23,9 pontos percentuais acima deles.

Na supervisão, onde se mantém ainda no mesmo patamar de participação do quadro fun-

Subindo na escala hierárquica, a diferença em re-

cional, com 38,8%, o grupo feminino aumenta

lação ao grupo masculino diminui. Mas elas estão

a proporção de 52,2% para 80,4% de mulheres

sempre à frente, embora com participação cada

com formação superior, ficando 15,8 pontos

vez menor no total de funcionários; o que confirma

percentuais adiante dos homens. Na gerência,

não só o maior grau de instrução das mulheres bra-

com participação de 31,3%, as mulheres os su-

sileiras, como também a dificuldade que têm para

peram em 1,6 ponto percentual, com uma pro-

ascender, apesar de uma melhor formação.

porção de 97,4%.

DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL POR ESCOLARIDADE (%)

NÍVEL HIERÁRQUICO Conselho Quadro Executivo Gerência Supervisão Quadro Funcional Trainees Estagiários Aprendizes

38

SEXO

ATÉ A 4ª SÉRIE

DA 5ª À 8ª SÉRIE

Homens

-

-

Mulheres

-

-

Homens

3,67

0,00

Mulheres

1,18

0,00

Homens

0,00

0,46

Mulheres

0,00

0,10

Homens

0,03

0,85

Mulheres

0,02

0,40

Homens

0,26

5,51

Mulheres

0,17

2,79

Homens

0,00

0,00

Mulheres

0,00

0,00

Homens

0,45

1,35

Mulheres

0,21

3,21

Homens

0,03

24,22

Mulheres

0,15

20,31


E chega-se ao reduto do quadro executivo, com participação de 13,6% e uma proporção de 98,8% de mulheres com curso superior, 3,5 pontos percentuais à frente dos homens. Em números absolutos: são 84 mulheres entre 574 executivos de ambos os sexos, e só uma não tem formação superior. No conselho administrativo, então, a presença masculina é de 88,1%, com três entre 74 conselheiros sem esse nível de ensino. As mulheres, com sua participação de 11,9%, têm dez representantes, em um total de 84 conselheiros de ambos os sexos. Mas todas têm formação superior.

ENSINO MÉDIO

ENSINO SUPERIOR

PÓS/MESTRADO

DOUTORADO/PÓS

4,05

75,68

20,27

-

-

80,00

20,00

-

1,02

52,04

42,04

1,23

-

52,38

46,44

-

3,73

56,04

38,78

0,99

2,55

51,94

44,26

1,15

34,50

49,55

14,93

0,14

19,14

58,64

21,74

0,06

65,90

24,64

3,65

0,04

44,89

43,71

8,42

0,02

100,00

-

-

-

100,00

-

-

-

98,20

-

-

-

96,58

-

-

-

75,75

-

-

-

79,54

-

-

-

39


RESULTADOS

ESCOLARIDADE DOUTORADO/PÓS

PÓS/MESTRADO

ENSINO SUPERIOR

Conselho de Administração

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015

3,6%

20,2%

ATÉ ENSINO MÉDIO

100 76,2%

80 60 40

76,2%

20,2% 20

3,6% 0,0%

0 2001

1,0%

4,2%

2005

2007

2010

2015

65,0%

61,6%

56,6%

58,2%

52,1%

38,6%

36,5%

1,0%

2,3% 2,5%

3,1% 2,2%

4,2% 1,0%

2003

2005

2007

2010

2015

60,0%

58,0%

100 80

Quadro Executivo

2003

60 40

52,1% 42,7%

20

51,0% 40,0% 31,0% 4,0% 5,0%

2,8% 1,2%

0 2001

1,0%

3,7%

42,7%

26,0% 11,4%

100 80

Gerência

60 40

54,8% 40,5%

0

0,1%

40,5%

21,0% 18,5% 0,5%

0,2%

0,7%

0,7%

2003

2005

2007

2010

2015

52,1%

53,1%

3,7% 1,0%

80 60

Supervisão

24,3% 12,1%

21,2% 20,6%

48,0%

40

42,0% 9,5% 0,5%

20

54,0% 30,5% 14,5% 1,0%

40

21,0% 28,7%

54,8%

100

29,2%

53,1%

49,6%

20

2001

17,6%

62,9%

60,5%

29,4% 9,8% 0,3%

37,5% 10,3% 0,1%

2003

2005

17,6% 0,1%

0 2001

29,2%

2007

2010

2015


ENSINO MÉDIO

DA 5A À 8A SÉRIE

ATÉ A 4A SÉRIE

PESQUISA 2015

EVOLUÇÃO HISTÓRICA 2001-2015

Quadro Funcional

5,3%

100

31,4%

74,1%

80

81,0% 71,5%

68,0%

63,2%

60 40 20

63,2%

29,2%

16,0% 2,9%

22,0%

22,9%

3,6% 0,3%

3,2% 2,4%

2,7% 0,1%

0,1%

2005

2007

2010

5,3% 0,0%

0 2001

2003

100

100,0%

31,4%

2015

100,0%

80

Trainees

60 40 20

0,0% 0,0%

0 2001

0,33%

2,28%

2003

2005

2007

2010

2015

100 97,39% 80

Estagiários

60 40 20

97,39%

2,28% 0,33%

0 2001

0,1%

2003

2005

2007

2010

2015

100

22,1%

72,1%

80

77,8%

Aprendizes

60 40

25,6%

22,1%

2,3%

0,1%

2010

2015

20

77,8%

0 2001

2003

2005

2007

41


RESULTADOS

PERFIL DOS

APRENDIZES

19. A Lei nº 10.097,

Quase todas as empresas que informaram as ca-

nadas como formadoras dos aprendizes man-

ou Lei do Aprendiz,

racterísticas de seu pessoal dizem contratar

tidos pelas empresas desta pesquisa e presentes,

aprendizes, como indicam 94,9% das respostas re-

em grande maioria (83%), na área administrativa.

está em www. planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/ L10097.htm Ver também Manual da Aprendizagem – O Que É Preciso Saber

ferentes a essa questão. Uma grande maioria, de 87,4% do grupo, afirma não ter dificuldade para

Perfil

cumprir a Lei do Aprendiz19.

Ao compor o perfil do contingente de apren-

para Contratar o Aprendiz, do Ministério do Trabalho e Emprego,

dizes, vê-se uma parcela majoritária de muAo serem indagadas, no entanto, sobre a medida

lheres (55,9%) e de negros (57,5%). Os que forem

edição de 2014,

da participação desses jovens trabalhadores em

efetivados devem encontrar, porém, uma nova

revista e ampliada,

seus quadros, parcela expressiva, de 32,7%, de-

realidade, bem menos favorável. Entrando no

br/informacoes/

clara não possuir o mínimo de 5% de aprendizes

quadro funcional, que é comumente a porta de

cartilha_aprendiz/

em relação ao total de trabalhadores cujas fun-

acesso da maioria dos novos e mais jovens fun-

em www.nube.com.

cartilha.pdf

ções demandem formação profissional especí-

cionários, a proporção de homens vai a 64,5% e

fica, conforme prevê a Lei do Aprendiz. E ainda: ao

a de não negros a 64,3% (ver págs. 17, 22).

responderem se mantêm ou não política de efetivação dos aprendizes que concluem o contrato de

A destacar também a participação de apenas

aprendizagem, apenas 58,1% das empresas se ma-

0,8% de aprendizes com deficiência no grupo

nifestaram. Destas, respondeu afirmativamente

de empresas objeto deste estudo. O programa,

uma parcela não muito entusiasmante de 64,7%.

destinado a jovens de 14 a 24 anos incompletos, com prioridade para a faixa de 14 a 18

Senai (40,4%), CIEE (31,6%), Espro (18,2%) e

anos, não estabelece limite de idade a pessoas

Senac (17,5%) são as entidades mais mencio-

com deficiência.

SUA EMPRESA CONTRATA TRABALHADORES JOVENS NA CONDIÇÃO DE APRENDIZES?

SUA EMPRESA TEM DIFICULDADE PARA CUMPRIR A LEI DO APRENDIZ?

12,6%

5,1%

ENTRE OS APRENDIZES MANTIDOS POR SUA EMPRESA HÁ PESSOAS COM DEFICIÊNCIA?

15,3%

SIM NÃO

42

94,9%

87,4%

84,7%


DISTRIBUIÇÃO DE APRENDIZES POR SEXO (%) Homens

44,1

Mulheres

55,9

APRENDIZES COM E SEM DEFICIÊNCIA (%)

HOMENS

MULHERES

TOTAL

Pessoas com deficiência

0,42

0,38

0,80

Pessoas sem deficiência

47,81

51,39

99,20

48,23

51,77

DISTRIBUIÇÃO DE APRENDIZES POR COR OU RAÇA (%)

HOMENS

MULHERES

TOTAL

Brancos

18,0

23,5

41,5

Negros

25,1

32,4

57,5

Pretos

5,8

6,4

12,2

Pardos

19,3

26,0

45,3

Amarelos

0,1

0,4

0,5

0,1

0,3

0,4

68,4

89,0

Indígenas

DISTRIBUIÇÃO DE APRENDIZES POR FAIXA ETÁRIA (%)

HOMENS

MULHERES

TOTAL

14 a 16 anos

19,45

20,65

40,10

17 a 19 anos

19,35

25,65

45,00

20 a 24 anos

5,25

9,65

14,90

44,5

55,95

DISTRIBUIÇÃO DOS APRENDIZES POR NÍVEL DE ENSINO (%)

HOMENS

MULHERES

TOTAL

Até 4ª série

0,02

0,08

0,10

Da 5ª à 8ª série

11,36

10,74

22,10

Ensino médio

35,63

42,17

77,80

47,19

53,71

SUA EMPRESA MANTÉM UMA POLÍTICA DE EFETIVAÇÃO DOS APRENDIZES QUE CONCLUEM O CONTRATO DE APRENDIZAGEM?

QUAL É O PERCENTUAL DE APRENDIZES EM RELAÇÃO AO TOTAL DE TRABALHADORES CUJAS FUNÇÕES DEMANDAM FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA?

1,8%

35,3%

32,7% MENOS DE 5% DE 5% A 15%

64,7%

65,5%

MAIS DE 15%

43


POLÍTICAS

E AÇÕES

AFIRMATIVAS

44


INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO

DE MULHERES

COM RELAÇÃO A MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE MULHERES NOS SEGUINTES NÍVEIS HIERÁRQUICOS, SUA EMPRESA TEM: POLÍTICAS COM METAS E AÇÕES PLANEJADAS

AÇÕES PONTUAIS

NÃO POSSUI MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE MULHERES

Quadro Executivo

Gerência

12,0%

Supervisão

13,7%

19,6%

68,4%

11,1%

21,4%

64,9%

Quadro Funcional

Trainees

12,8%

Estagiários

8,6%

21,4%

65,8%

23,9%

65,0%

8,5% 19,7%

19,0%

72,4%

71,8%

A

mulheres em seu quadro de pessoal. Essa nega-

Não são dados desprezíveis, considerando-se a in-

tiva atinge a proporção de 72,4% nas respostas

clusão como um processo de resultados nem sempre

referentes ao grupo de trainees, a partir do qual

imediatos. Mas não chegam a ser promissores, le-

começa o afunilamento que reduz a participação

vando-se em conta que a maior parcela das medidas

s empresas participantes da pesquisa

grupos – quadro executivo, estagiários e trainees –

deste ano não têm ainda, em sua maioria,

parcelas de 31,6%, 28,2% e 27,6% das corporações.

medidas para incentivar a presença de

feminina ao longo da escala hierárquica (ver “Com-

se referem a ações pontuais, com proporção má-

posição por Sexo”, na pág. 17).

xima de 23,9%, atingida nas respostas atribuídas ao nível da supervisão. É bem menor a parcela das

Entre as empresas que dizem possuir medidas

empresas que adotam políticas e metas com ações

de incentivo, são maiores as parcelas das que

planejadas, como mostram as porcentagens refe-

adotam tais medidas dirigidas à gerência, à su-

rentes a cada nível: quadro executivo (12,0%), ge-

pervisão e ao quadro funcional, com proporções

rência (13,7%), supervisão (11,1%), quadro funcional

de 35,1%, 35% e 34,2%. Referem-se aos demais

(12,8%), trainees (8,6%) e estagiários (8,5%). 45


POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS GERAIS

20. Ver Equilíbrio entre Trabalho e Família, da Organização Internacional do Trabalho, em www. oitbrasil.org.br/ content/equilibrioentre-trabalho-efamilia 21. Ver Princípios de Empoderamento

As empresas foram então indagadas a propó-

muito para desfazer o afunilamento hierár-

sito da adoção de políticas de promoção da

quico que ainda exclui a mulher dos cargos de

igualdade de oportunidades para homens e mu-

comando.

lheres. Apenas 28,2% do grupo disse possuir uma. Foi depois apresentado às corporações um quadro de políticas ou ações afirmativas voltadas para o contingente feminino, sem especificação de nível hierárquico, e possivelmente adotadas por elas (ver “Políticas ou Ações Afir-

das Mulheres –

mativas Voltadas para Mulheres”, nesta página,

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

Igualdade Significa

e também “Políticas e Ações Afirmativas Gerais”,

SUA EMPRESA TEM ALGUMA POLÍTICA PARA

na página 53). Só 21,4% do grupo se manifestou

PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

– uma proporção próxima das registradas nas

ENTRE MULHERES E HOMENS NO QUADRO

respostas que indicam a existência de ações

DE FUNCIONÁRIOS?

Negócios, do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem, atual ONU Mulheres) e do Pacto Global das Nações Unidas, em www.unifem.org.br/

apenas pontuais de incentivo à presença de mulheres, em toda a escala hierárquica.

sites/700/710/ 00001126.pdf Ver também Programa Pró-

maior proporção (64%), a adoção de “medidas

Equidade de Gênero e Raça,

de conciliação entre trabalho, família e vida

da Secretaria de

pessoal”, que podem ajudar a superar dificul-

Políticas Públicas para as Mulheres, em www.spm.gov.br/ assuntos/mulher-etrabalho/programapro-equidade-degenero-e-raca e A Diferença entre Igualdade e Equidade de Gênero,

dades relacionadas à realidade vivida especialmente pelas mulheres. O desequilíbrio entre essas esferas está, aliás, na base da situação de desvantagem enfrentada por elas no mercado de trabalho20 e é fator importante para a equidade de gênero nas empresas21.

de Mariana Di Stella Piazzolla, em www.

Observe-se também a menção por 44%, ou

espelhodevenus.

apenas 11 dessas corporações, de “metas para

wordpress. com/2008/ 07/24/a-diferencaentre-igualdade-eequidade-de-genero

28,2%

Essa parcela de 25 empresas mencionou, em

71,8%

ampliar a presença das mulheres em cargos de direção e gerência” – uma política que, se adotada em maior proporção, poderia contribuir

SIM

NÃO

POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA MULHERES QUAIS DESTAS POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS SUA EMPRESA ADOTA?* Estabelece programas especiais para a contratação de mulheres

20,0%

Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação de mulheres para assumir postos não ocupados tradicionalmente por elas ou postos de maior nível hierárquico

52,0%

Estabelece metas e programas para a redução das desigualdades salariais entre mulheres e homens

28,0%

Estabelece metas para ampliar a presença das mulheres em cargos de direção e gerência

44,0%

Adota medidas de conciliação entre trabalho, família e vida pessoal

64,0%

* As empresas respondentes podiam indicar mais de um item.

46


INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO

DE NEGROS

COM RELAÇÃO A MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE NEGROS NOS SEGUINTES NÍVEIS HIERÁRQUICOS, SUA EMPRESA POSSUI: POLÍTICAS COM METAS E AÇÕES PLANEJADAS

AÇÕES PONTUAIS

NÃO POSSUI MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE NEGROS

Quadro Executivo

Gerência

3,4%

3,4% 11,1%

85,5%

3,4% 12,0%

84,6%

Quadro Funcional

12,0%

84,6% Trainees

4,3%

Estagiários

4,3%

13,7%

82,0%

Supervisão

5,1% 14,5%

12,1%

83,6%

É

80,4%

maior, no caso dos negros, a parcela de em-

ticipantes da pesquisa. Essa proporção chega a

presas que afirmam não ter medidas para in-

19,6%, como observado nas respostas referentes

centivar sua presença no quadro de pessoal.

aos estagiários, sendo sempre maior a parcela de

Se para as mulheres essa parcela atingia a pro-

corporações, incluída nessas porcentagens, que

porção de 72,4%, para os negros ela ultrapassa os

declaram possuir ações pontuais.

80%, em todos os níveis hierárquicos. As maiores porcentagens estão nos postos de comando: su-

As demais, que adotam políticas com metas e

pervisão (84,6%), gerência (84,6%) e quadro exe-

ações planejadas, resumem-se a uma proporção

cutivo (85,5%).

de, no máximo, 5,1%, nas respostas relativas aos estagiários, caindo ao mínimo de 3,4%, nas que se

Têm, portanto, medidas de incentivo para esses

referem aos postos de comando – supervisão, ge-

níveis 15,4%, 15,4% e 14,5% das empresas par-

rência e quadro executivo.

47


POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS GERAIS

22. Ver resumo executivo do Subcomitê de Promoção da Igualdade Racial, no âmbito do Comitê Executivo da Agenda Nacional do Trabalho Decente, publicado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

São, em números absolutos, apenas quatro em-

Foram indicados também, com 33,3% das res-

presas de um conjunto de 117, a adotar políticas

postas para cada item, a adoção de “programas

com metas e ações planejadas para esses três ní-

especiais para contratação de negros” e o esta-

veis. É mais exígua aí a presença de negros e mais

belecimento de “metas e programas para a re-

exígua ainda a presença de mulheres negras, com

dução das desigualdades salariais entre negros

porcentagens de 8,2% (supervisão), 1,6% (ge-

e não negros”. Uma única empresa declarou ter

rência) e 0,4% (quadro executivo), tomando-se

“metas para ampliar a presença dos negros em

como referência os dados relativos ao grupo de

cargos de direção e gerência”22.

(Seppir), em www.

empresas que se manifestaram a propósito das

seppir.gov.br/central-

principais características de seu pessoal (ver “Com-

de-conteudos/ publicacoes/pub-

posição por Cor ou Raça”, na pág. 22).

acoes-afirmativas/ agenda-trabalhodecente.pdf/ view. Ver também: Estatuto da Igualdade Racial, em www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ Ato2007-2010/2010/ Lei/L12288.htm;

As corporações foram então indagadas quanto

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

à adoção de alguma política de promoção da

SUA EMPRESA TEM ALGUMA POLÍTICA PARA A

igualdade de oportunidades para negros e não

PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

negros. Manifestaram-se afirmativamente só

ENTRE NEGROS E NÃO NEGROS NO QUADRO

12% do grupo.

DE FUNCIONÁRIOS?

O Longo Combate às Desigualdades Raciais, de

Foi depois apresentado às empresas um quadro

Cristina Charão,

de políticas ou ações afirmativas voltadas para os

do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em www.ipea.gov.br/ igualdaderacialindex. php?option=com_ content&view= article&id=711;

12%

negros, sem especificação de nível hierárquico, e possivelmente adotadas por elas (ver “Políticas ou Ações Afirmativas Voltadas para Negros”, nesta página, e também “Políticas e Ações Afirmativas Gerais”, na página 53).

Programa PróEquidade de Gênero e Raça, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, em www.spm.gov.br/ assuntos/mulher-etrabalho/programapro-equidade-degenero-e-raca; e Diferenciais de Inserção de Negros e Não Negros no Mercado de Trabalho em 2013,

Apenas 7,7% do grupo disse possuir ao menos uma. São, em números absolutos, 9 de 117 empresas, que mencionam, em maior proporção, de 55,6%, equivalente a 5 empresas, o estabelecimento de “programas de capacitação profissional

88%

que visem melhorar a qualificação de negros para assumir postos não ocupados tradicionalmente por eles ou postos de maior nível hierárquico”.

SIM

NÃO

do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA NEGROS

(Dieese) e Fundação Seade, em dieese.org. br/analiseped/2014/ 2014pednegrossao. pdf.

QUAIS DESTAS POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS SUA EMPRESA ADOTA?* Estabelece programas especiais para contratação de negros

33,3%

Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação de negros para assumir postos não ocupados tradicionalmente por eles ou postos de maior nível hierárquico

55,6%

Estabelece metas e programas para a redução das desigualdades salariais entre negros e não-negros

33,3%

Estabelece metas para ampliar a presença dos negros em cargos de direção e gerência.

11,1%

* As empresas respondentes podiam indicar mais de um item.

48


INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO

DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

COM RELAÇÃO A MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NOS SEGUINTES NÍVEIS HIERÁRQUICOS, SUA EMPRESA TEM: POLÍTICAS COM METAS E AÇÕES PLANEJADAS

AÇÕES PONTUAIS

NÃO POSSUI MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Quadro Executivo

Gerência

20,7%

58,6%

20,7%

19,8%

46,6%

O

23,3%

56,9%

Quadro Funcional

29,3%

Supervisão

19,8%

57,8%

Trainees

53,9%

24,1%

22,4%

Estagiários

25,2%

20,9%

52,6%

24,1%

23,3%

s postos de comando estão menos acessíveis às pessoas com deficiência. É nesse nível da escala hierárquica que

o grupo de empresas analisado por este estudo concentra a maior ausência de medidas para incentivar a presença dessas pessoas, com as se-

guintes proporções: 58,6% no quadro executivo, 57,8% na supervisão e 56,9% na gerência, caindo para 53,9% nos trainees, 52,6% nos estagiários e, por último, 46,6% no quadro funcional.

49


POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS GERAIS

23. Ver “A Contratação de

É no quadro funcional, por onde ingressa a maioria

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

dos novos funcionários, que se observa também

SUA EMPRESA TEM ALGUMA POLÍTICA PARA A

Deficiência”, com

a maior proporção (29,3%) de empresas que de-

PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

orientações do Ministério do Trabalho

claram ter políticas com metas e ações planejadas.

PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO QUADRO

e Emprego, em

São, em números absolutos, 34 corporações de

DE FUNCIONÁRIOS?

Pessoa com

www3.mte.gov.br/ fisca_trab/inclusao/ lei_cotas_6.asp. Ver também: Viver sem Limite, em www. pessoacomdeficiencia. gov.br/app/sites/ default/files/ publicacoes/ livro-viver-semlimite-2014. pdf; História do

um total de 116 que responderam a esta pergunta. Depois, em ordem decrescente, estão os trainees (25,2%), estagiários (24,1%), quadro executivo (20,7%), gerência (19,8%) e supervisão (19,8%). Ou-

43,1%

tras medidas limitam-se a ações pontuais, com a parcela maior, de 24,1%, no quadro funcional, e a menor, de 20,7%, no quadro executivo.

Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil, em www. pessoacomdeficiencia. gov.br/app/ publicacoes/historia-domovimento-politico-

Indagadas a respeito da adoção de políticas de promoção da igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência, apenas 43,1% das empresas afirmaram ter alguma.

das-pessoas-comdeficiencia-no-brasil, da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa

Foi depois apresentado às corporações um quadro de políticas ou ações afirmativas voltadas para pessoas com deficiência, sem especificação

com Deficiência;

de nível hierárquico, e possivelmente adotadas

Deficiência e Igualdade, de Débora

por elas (ver “Políticas ou Ações Afirmativas Vol-

Diniz, Marcelo

tadas para Pessoas com Deficiência”, nesta página,

Medeiros e Lívia Barbosa (orgs.), em www.anis.org.br/ livro/deficiencia-eigualdade; e Pessoas com Deficiência – Direitos e Deveres, da “Coleção Febraban de

56,9%

e também “Políticas e Ações Afirmativas Gerais”, na página 53). Só 36,8% das empresas se manifes-

SIM

NÃO

taram, referindo-se, em maior proporção, de 93%, ao estabelecimento de programas especiais para contratação de pessoas desse grupo23.

Inclusão Social”, em www.febraban.org. br/arquivo/cartilha/ cartilha_direitos_ deveres.pdf.

POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA QUAIS DESTAS POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS SUA EMPRESA ADOTA?* Estabelece programas especiais para contratação de pessoas com deficiência.

93,0%

Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação de pessoas com deficiência para assumir postos não ocupados tradicionalmente por elas ou postos de maior nível hierárquico.

60,5%

Estabelece metas e programas para a redução das desigualdades salariais entre pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência.

18,6%

* As empresas respondentes podiam indicar mais de um item.

50


INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO

DE PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS

COM RELAÇÃO A MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS NOS SEGUINTES NÍVEIS HIERÁRQUICOS, SUA EMPRESA TEM:

POLÍTICAS COM METAS E AÇÕES PLANEJADAS

AÇÕES PONTUAIS

NÃO POSSUI MEDIDAS PARA INCENTIVAR E AMPLIAR A PRESENÇA DE PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS

Quadro Executivo

Gerência

3,4%

19,8% 23,3%

9,4%

87,2%

56,9% Supervisão

Quadro Funcional

3,4%

5,1% 10,3%

86,3%

U

9,4%

85,5%

ma grande maioria das empresas parti-

As demais corporações, que afirmam adotar al-

cipantes desta pesquisa não adota me-

guma medida de incentivo, têm, em maior pro-

didas para incentivar a presença, em seus

porção, apenas ações pontuais. As que indicam

quadros, de pessoas com mais de 45 anos. É o que

possuir políticas com metas e ações planejadas

se observa pelas proporções de respostas nega-

limitam-se ao máximo de 5,1% das respostas rela-

tivas referentes aos quatro níveis hierárquicos

tivas ao quadro funcional. São, em números abso-

aqui considerados: quadro executivo (87,2%), ge-

lutos, seis de um total de 117 empresas.

rência (56,9%), supervisão (86,3%) e quadro funcional (85,5%).

51


POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS GERAIS

Ver

O grupo foi então indagado acerca da adoção de

Afirmativas Voltadas para Pessoas com Mais de

Envelhecimento da Força de Trabalho

políticas de promoção da igualdade de oportuni-

45 Anos de Idade”, nesta página, e também “Polí-

no Brasil, pesquisa

dades para pessoas com mais de 45 anos. Só 9,4%

ticas e Ações Afirmativas Gerais”, na página 53).

das empresas responderam afirmativamente.

Apenas seis de 117 empresas se manifestaram –

24.

da PwC Brasil em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em www.pwc.com.br/ pt/publicacoes/ servicos/assets/ consultoria-negocios/ pesq-env-pwc-fgv-13e.

o mesmo número das que disseram ter políticas Foi depois apresentado às corporações um quadro

com metas e ações planejadas para incentivar

de políticas ou ações afirmativas voltadas para o

a presença de pessoas com mais de 45 anos. A

contingente de funcionários dessa faixa etária,

adoção de programas especiais para sua contra-

sem especificação de nível hierárquico, e possivel-

tação foi, porém, indicada só por uma das seis

mente adotadas por elas (ver “Políticas ou Ações

empresas24.

pdf. Ver também Trabalhadores Acima de 45 Anos e Idosos – Metodologia do Programa Senai para a Maturidade, do Programa Senai de Ações Inclusivas,

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES SUA EMPRESA TEM ALGUMA POLÍTICA PARA A PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES PARA PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS NO QUADRO DE FUNCIONÁRIOS?

uma parceria do

9,4%

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em http://arquivos. portaldaindustria. com.br/app/ conteudo_24/ 2012/07/09/27/ 20120709110 458997352o.pdf. Ver ainda Os Novos Idosos Brasileiros: Muito Além dos 60?, de Ana Amélia Camarano (organizadora), em www.ipea.gov.br/ portal/index.php?

90,6%

SIM

NÃO

option=com_ content&view= article&id=5476.

POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS VOLTADAS PARA PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS DE IDADE QUAIS DESTAS POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS SUA EMPRESA ADOTA?* Estabelece programas especiais para contratação de pessoas com mais de 45 anos

16,7%

Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação de pessoas com mais de 45 anos para assumir postos não ocupados tradicionalmente por elas ou postos de maior nível hierárquico

83,3%

* As empresas respondentes podiam indicar mais de um item.

52


POLÍTICAS E AÇÕES

AFIRMATIVAS GERAIS

QUAIS DESTAS POLÍTICAS OU AÇÕES AFIRMATIVAS SUA EMPRESA ADOTA?* Estabelece metas para reduzir a diferença entre o maior e o menor salário pago pela empresa

25,6%

Estabelece missão, código de conduta, compromissos e valores da empresa que incorporem o tema da diversidade e princípios de igualdade de oportunidades

68,4%

Oferece bolsas, por meio de parcerias com escolas de línguas, colégios técnicos, faculdades e universidades, para qualificação, formação e aprimoramento dos funcionários

85,5%

Capacita gestores(as) e equipes no tema da diversidade e dos princípios de igualdade de oportunidades, com suas implicações no âmbito do trabalho

69,2%

Identifica e divulga boas práticas internas de gestão e relacionamento que promovam direitos humanos e respeitem grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho, dando visibilidade ao tema, aos compromissos da empresa e aos gestores(as) e empregados(as) que praticam inclusão e respeito

53,8%

Desenvolve atualmente alguma política visando à promoção da igualdade de oportunidades para o público LGBT** entre seus funcionários

19,7%

Tem política de concessão de benefícios iguais para casais do mesmo sexo

51,3%

Tem canais de reclamação (como ouvidoria e escritório de ombudsman) para receber e solucionar queixas em relação a problemas como assédio moral e casos de preconceito de raça, gênero, idade, orientação sexual e identidade de gênero

76,1%

* As empresas respondentes podiam indicar mais de um item. **LGBT é a sigla para designar o público composto por lésbicas, gays, travestis, transexuais e transgêneros. Ou seja, identifica uma minoria da população no que diz respeito à sua orientação sexual e identidade de gênero.

DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO Realiza um censo para levantamento de dados a respeito do público interno que considere gênero, cor ou raça, escolaridade, faixa etária, deficiência e tempo de casa, possibilitando análises e formulação de propostas para promover a equidade na distribuição de oportunidades

60,7%

Realiza censos internos continuamente

48,7%

Estimula e apoia grupo(s) de trabalho(s) que elabore(m) medidas de combate à discriminação na empresa e no local de trabalho

35,9%

53


POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS GERAIS

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Diversifica as formas de anunciar as vagas para atingir públicos que são usualmente discriminados no mercado de trabalho

35,0%

Ao publicar as vagas, demonstra o interesse efetivo de ter diversidade nos candidatos que procuram a empresa e em sua contratação, manifestando que a empresa valoriza a diversidade e os princípios de igualdade de oportunidades e encoraja grupos vulneráveis à discriminação a se candidatarem

29,9%

Apoia projetos na comunidade que visem melhorar a oferta de profissionais qualificados provenientes de grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

42,7%

Capacita profissionais que trabalham com recrutamento e seleção para que melhorem o entendimento do tema da diversidade e os princípios de igualdade de oportunidades na aplicação prática do compromisso da empresa com a não discriminação

45,3%

Oferece oportunidades de trabalho para ex-detentos

17,9%

Estabelece metas para ampliar a participação de mulheres nos programas de trainee

7,7%

Estabelece metas para ampliar a participação de negros nos programas de trainee

2,6%

Desenvolve alguma política visando à eliminação de barreiras e preconceitos para o público LGBT no processo de contratação

8,5%

PROMOÇÃO Observa o público interno como o maior interessado em mobilidade, mudanças de carreira ou função

83,8%

Realiza ações afirmativas que favoreçam o crescimento na carreira, voltadas sobretudo para grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

21,4%

Estabelece ferramentas e procedimentos de avaliação e identificação de potenciais para desenvolvimento na carreira, alinhando-os com a postura de não discriminação da empresa e, ao mesmo tempo, identificando posturas discriminatórias

40,2%

Inclui quesitos de diversidade e princípios de igualdade de oportunidades nas ferramentas de avaliação de desempenho da empresa, que permitam identificar a necessidade de ações afirmativas em favor de grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

16,2%

QUALIFICAÇÃO E FORMAÇÃO Incentiva funcionários pertencentes a grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho a desfrutarem de bolsas de qualificação oferecidas pela empresa

54

38,5%


MARKETING INTERNO E EXTERNO Divulga seus compromissos com a diversidade e os princípios de igualdade de oportunidades nos canais de comunicação interno

38,5%

Zela para que a comunicação e o marketing da empresa não produzam nem utilizem campanhas com conteúdo discriminatório a grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

72,6%

AÇÕES NA CADEIA DE VALOR/FORNECEDORES Incentiva e apoia programas que favoreçam o empreendedorismo de pessoas de grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

28,2%

SERVIÇOS E ATENDIMENTO Zela pela qualidade do atendimento a grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho, primando por relacionamentos respeitosos, inclusivos e que considerem suas especificidades em ferramentas, protocolos, processos e procedimentos

48,7%

uatro itens receberam maiores propor-

Q

Às mulheres foram dirigidas 52% das indicações;

ções de indicação neste quadro de polí-

aos negros, 55,6%; e às pessoas com deficiência,

ticas ou ações afirmativas apresentado

60,5%. Apenas as pessoas com mais de 45 anos

às empresas: o oferecimento de bolsas para for-

atingiram então, no quadro de ações voltadas a

mação, qualificação e aperfeiçoamento dos

elas, proporção de 83,3%, bem próxima das mais

funcionários (85,5%); a observação, no público

destacadas aqui, neste quadro de ações gerais.

interno, do interesse por mobilidade, mudanças

Foram, porém, apenas cinco de seis empresas a

de carreira ou função (83,8%); a manutenção de

se manifestarem.

canais de reclamação, como ouvidoria e escritório de ombudsman (76,1%); e o zelo para que o marke-

Registre-se, entre as menores proporções

ting e a comunicação da empresa não utilizem

atingidas neste quadro, a que se refere ao de-

campanhas com conteúdo discriminatório para

senvolvimento de alguma política visando à

grupos vulneráveis à discriminação no mercado

eliminação de barreiras e preconceitos refe-

de trabalho (72,6%).

rentes ao público LGBT no processo de contratação: 8,5%. São, em números absolutos,

Vê-se que os dois itens mais indicados contrastam

apenas 10 de 117 empresas.

com o que foi anteriormente apontado pelas empresas acerca da adoção de programas de ca-

A saudar as indicações relativas à capacitação de

pacitação profissional que visem melhorar a

gestores e equipes nos temas da diversidade e dos

qualificação de mulheres, negros e pessoas com

princípios de igualdade de oportunidades (69,2%)

deficiência para assumirem postos não ocupados

e o estabelecimento de missão, código de con-

tradicionalmente por eles ou postos de maior

duta, compromissos e valores que incorporem os

nível hierárquico (ver págs. 46, 48 e 50).

mesmos temas (68,4%).

55


PERCEPÇÃO DO

GESTOR

56


SOBRE A PRESENÇA DE

MULHERES NA EMPRESA

DE ACORDO COM SEU CRITÉRIO, A PROPORÇÃO DE MULHERES EM SUA EMPRESA ESTÁ:

Quadro Executivo

Gerência

3,5%

43,4%

53,1%

Supervisão

6,2%

55,8%

Quadro Funcional

7,1%

38,0%

61,1%

31,8%

8,0%

48,7%

SE A PROPORÇÃO DE MULHERES ESTÁ ABAIXO DO QUE DEVERIA EM UM DESSES NÍVEIS, A QUE ATRIBUI? À falta de qualificação profissional de mulheres para os cargos

28,9%

À falta de interesse de mulheres por cargos na empresa

34,2%

À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

36,9%

S

ão expressivas as proporções dos principais

que consideram a presença das mulheres “abaixo do

gestores, ou de quem os representa nesta

que deveria”: quadro funcional (43,4%), supervisão

parte da pesquisa, que consideram ade-

(31,8%), gerência (38%), quadro executivo (53,1%).

43,4%

ACIMA DO QUE DEVERIA ABAIXO DO QUE DEVERIA ADEQUADA

quada a presença de mulheres nos quatro níveis

hierárquicos aqui considerados: quadro funcional

Isso, no entanto, ainda não é suficiente para reduzir

(48,7%), supervisão (61,1%), gerência (55,8%) e

significativamente a alta proporção de empresas

quadro executivo (43,4%). Há até pequenas par-

que não têm qualquer medida para incentivar a pre-

celas de gestores que veem a presença feminina

sença de mulheres, de acordo com informação for-

“acima do que deveria” no quadro funcional (8%),

necida pelos departamentos de recursos humanos

na supervisão (7,1%), na gerência (6,2%) e no

e não necessariamente conhecida pelos gestores.

quadro executivo (3,5%).

Essa proporção é de, no mínimo, 64,9% das respostas relativas à gerência, chegando a 68,4% nas

Elas ocupam, no grupo de empresas que infor-

referentes ao quadro executivo (ver “Incentivo à Par-

maram as principais características de seu pessoal,

ticipação de Mulheres”, na pág. 45).

35,5% do quadro funcional, 38,8% da supervisão, 31,3% da gerência e 13,6% do quadro executivo (ver

Indagados quanto à causa da restrita partici-

“Composição por Sexo”, na pág. 16).

pação feminina em ao menos um dos níveis hierárquicos, a maioria de 36,9% dos gestores a

A condição de desigualdade e sub-representação já

responder tal questão disse faltar conhecimento

registrada também em estudos anteriores do Insti-

ou experiência de sua empresa para lidar com o

tuto Ethos é, supostamente, levada em conta pelos

assunto. Parcela pouco inferior, de 34,2%, pensa

demais gestores, como mostram as proporções dos

não haver interesse das mulheres.

57


PERCEPÇÃO DO GESTOR

SOBRE A PRESENÇA DE

NEGROS NA EMPRESA

DE ACORDO COM SEU CRITÉRIO, A PROPORÇÃO DE NEGROS EM SUA EMPRESA ESTÁ:

Gerência

Quadro Executivo

36,0%

0,0%

45,0%

64,0%

ACIMA DO QUE DEVERIA ABAIXO DO QUE DEVERIA ADEQUADA

Supervisão

0,0%

55,0%

Quadro Funcional

0,9%

54,1%

45,0%

1,8%

62,2%

36,0%

SE A PROPORÇÃO DE NEGROS ESTÁ ABAIXO DO QUE DEVERIA EM UM DESSES NÍVEIS, A QUE ATRIBUI? À falta de qualificação profissional de negros para os cargos

48,3%

À falta de interesse de negros por cargos na empresa

10,3%

À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

41,4%

A

presença de negros nas empresas é ade-

julgar pelas proporções de corporações que declaram

quada para consideráveis parcelas de seus

não ter medidas de incentivo à presença de negros. E

principais gestores. É o que mostram as

não há aqui uma correspondência lógica: a ausência

proporções de respostas desses dirigentes rela-

de medidas é menor onde é maior a participação de

tivas aos quatro níveis hierárquicos aqui consi-

negros e maior onde sua participação é mais escassa.

derados: quadro funcional (62,2%), supervisão

Trata-se, além disso, de uma diferença de 3,5 pontos

(54,1%), gerência (45%) e quadro executivo (36%).

percentuais, entre proporções bem elevadas: 82% no quadro funcional e 85,5% no quadro executivo (ver

Observa-se inicialmente um decréscimo gradativo

“Incentivo à Participação de Negros”, na pág. 47).

dessas porcentagens, que tem alguma correspondência com o decréscimo da participação dos ne-

Convém lembrar, além disso, a propósito das

gros nesses quatro níveis (35,7%, 25,9%, 6,3% e

ações afirmativas, que só 14 de 117 empresas

4,7%), se tomados como referência os dados re-

dizem possuir atualmente alguma política vi-

lativos ao grupo de empresas que informaram

sando à promoção da igualdade de oportunidades

as principais características de seus funcionários

entre negros e não negros, e que apenas uma es-

(ver “Composição por Cor ou Raça”, na pág. 22).

tabelece metas para ampliar a presença de negros em cargos de direção e gerência.

Em sentido contrário, decresce, a partir do quadro executivo, a proporção de gestores a manifestar a per-

Ouvidos os gestores para os quais há menos ne-

cepção de que a presença dos negros está abaixo do

gros do que deveria haver em ao menos um dos ní-

que deveria nos quatro níveis (64%, 55%, 45% e 36%).

veis hierárquicos, só 10,3% atribuíram isso a uma possível falta de interesse de negros por ocupar

58

Estão atentos, pode-se dizer. Sua atenção, entre-

cargos nas empresas. São três gestores de um

tanto, não produz ainda resultados encorajadores, a

total de 29 que responderam a esta questão.


SOBRE A PRESENÇA DE

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

DE ACORDO COM SEU CRITÉRIO, A PROPORÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM SUA EMPRESA ESTÁ:

Quadro Executivo

31,5%

0,9%

67,6%

Gerência

30,6%

Supervisão

0,0%

38,0%

69,4%

Quadro Funcional

0,0%

62,0%

1,9%

48,1%

SE A PROPORÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ESTÁ ABAIXO DO QUE DEVERIA EM UM DESSES NÍVEIS, A QUE ATRIBUI? À falta de qualificação profissional de pessoas com deficiência para os cargos

48,0%

À falta de interesse de pessoas com deficiência por cargos na empresa

26,0%

À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

26,0%

P

arcelas não desprezíveis dos principais

vezes isso dependa apenas da decisão de uma só

gestores consideram adequada a presença

pessoa, mesmo que seja o principal gestor. Con-

de pessoas com deficiência em cada um

sidere-se também a legislação, que estabelece re-

dos quatro níveis aqui considerados: quadro

50,0%

ACIMA DO QUE DEVERIA ABAIXO DO QUE DEVERIA ADEQUADA

gras para a inclusão.

funcional (48,1%), supervisão (38%), gerência (30,6%) e quadro executivo (31,5%). E não são

Seja como for, as empresas declaram ter medidas

poucos dirigentes, mesmo em números abso-

de incentivo à participação de pessoas com de-

lutos: 52, 41, 33 e 34, de um total de 108 a se ma-

ficiência em proporções bem superiores às cons-

nifestar nesta questão.

tatadas em relação às mulheres, aos negros e às pessoas com mais de 45 anos (ver págs. 45, 47 e

Apenas dois no quadro funcional e um no quadro

51). Chegam a 53,4% das respostas referentes ao

executivo percebem a participação de pessoas com

quadro funcional, sendo 29,3% relativas a políticas

deficiência como acima do que deveria. Prevalece,

com metas e ações planejadas.

portanto, em todos os níveis, a proporção de gestores que consideram essa participação abaixo

Indagados, no entanto, sobre a possível causa de

do que deveria: quadro funcional (50%), super-

haver em suas empresas menos pessoas com de-

visão (62%), gerência (69,4%) e quadro executivo

ficiência do que deveria, os gestores destacaram,

(67,6%). Ou, em números absolutos, 54, 67, 75 e 73.

com 48% das respostas, a falta de qualificação profissional desse grupo. Sem darem, aparentemente,

Supõe-se haver alguma correspondência entre a

maior peso ao fato de pessoas historicamente dis-

convicção desses dirigentes e as ações de incen-

criminadas no mercado de trabalho – e na socie-

tivo à presença de pessoas com deficiência pra-

dade de modo geral – terem maior dificuldade para

ticadas por suas empresas. Ainda que poucas

se qualificarem antes de concorrer a uma vaga. 59


PERCEPÇÃO DO GESTOR

SOBRE A PRESENÇA DE

PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS

DE ACORDO COM SEU CRITÉRIO, A PROPORÇÃO DE PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS EM SUA EMPRESA ESTÁ:

Gerência

Quadro Executivo

29,1%

Supervisão

18,2%

Quadro Funcional

11,8%

6,4% 13,6%

10,9%

7,3% 4,5% 74,5%

66,4%

ACIMA DO QUE DEVERIA ABAIXO DO QUE DEVERIA ADEQUADA

77,3%

80,0%

SE A PROPORÇÃO DE PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS ESTÁ ABAIXO DO QUE DEVERIA EM UM DESSES NÍVEIS, A QUE ATRIBUI? À falta de qualificação profissional de pessoas com mais de 45 anos para os cargos

8,3%

À falta de interesse de pessoas mais de 45 anos por cargos na empresa

16,7%

À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

75,0%

O

bserva-se, de início, a elevada pro-

45 anos acima do que deveria (6,4%, 11,8%, 18,2%

porção de gestores que percebem como

e 29,1%). É também coerente com a opinião de ser

adequada a presença de pessoas com

menos adequada sua presença quanto mais ele-

mais de 45 anos nos quatro níveis hierárquicos:

vado é o nível hierárquico.

quadro funcional (80%), supervisão (77,3%), gerência (74,5%) e quadro executivo (66,4%). É, no

A percepção dos gestores aparentemente reflete

entanto, uma proporção decrescente que su-

ou se reflete no modo como as corporações en-

gere, de acordo com a opinião desses dirigentes,

caram essa questão. Basta lembrar a proporção de

ser mais adequado pessoas com idade acima de

90,6% do grupo de empresas participantes desta

45 anos estarem na base do que no topo da es-

pesquisa a declarar que não desenvolve qualquer

cala hierárquica.

política visando à promoção da igualdade de oportunidades para pessoas com mais de 45 anos de

É coerente com essa percepção a que diz ser menor

idade. Acresça-se a isso o registro de que só seis

do que deveria, também em proporção decres-

empresas do grupo de 117 manifestaram-se a pro-

cente, a presença de funcionários dessa faixa

pósito de outras ações afirmativas dirigidas a esse

etária, nos quatro níveis aqui considerados: 13,6%,

contingente de funcionários e eventualmente ado-

10,9%, 7,3% e 4,5%.

tadas por elas. E de que apenas uma dessas seis declarou ter algum programa especial para contra-

60

Chama a atenção, ainda, a proporção de gestores

tação de pessoas com mais de 45 anos (ver “Polí-

que consideram a presença de pessoas com mais de

ticas e Ações Afirmativas”, na pág. 51).


SOBRE A PRESENÇA DE

APRENDIZES

DE ACORDO COM SEU CRITÉRIO, A PROPORÇÃO DE PESSOAS APRENDIZES EM SUA EMPRESA ESTÁ:

10,6% 11,5%

77,9%

SE A PROPORÇÃO DE APRENDIZES ESTÁ ABAIXO DO QUE DEVERIA, A QUE ATRIBUI?

ACIMA DO QUE DEVERIA

À falta de qualificação profissional de aprendizes para os cargos

45,4%

À falta de interesse de aprendizes por cargos na empresa

18,2%

À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

36,4%

ABAIXO DO QUE DEVERIA ADEQUADA

P

arcela majoritária de 77,9% dos principais gestores, ou de quem os representou na res-

posta a esta parte do questionário, consi-

dera adequada a presença de aprendizes em sua empresa. Para 11,5% desses dirigentes ela está

abaixo do que deveria. Para 10,6%, está acima. Foi indagado ao segundo grupo qual o motivo de haver, em sua opinião, menos aprendizes do que deveria. Eles atribuíram isso, em maior proporção, de 45,4%, à falta de qualificação profissional desses jovens. Para 36,4% dos gestores, o fato se deve à falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto; 18,2% o atribuíram à falta de interesse de aprendizes.

61


PESQUISA

QUALI TATIVA

62


MONITORAMENTO DAS AÇÕES

AINDA É INCIPIENTE

ENTREVISTAS COM GESTORES REFLETEM MOVIMENTO PROGRESSIVO, AINDA QUE LENTO, EM BUSCA DE UM AMBIENTE CORPORATIVO MAIS INCLUSIVO. INDICAM TAMBÉM A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO E PROMOÇÃO DE POLÍTICAS DE DIVERSIDADE Por Eliane Barbosa da Conceição

Q

uando observamos as pessoas que tra-

tores da área de diversidade de empresas partici-

balham em médias e grandes empresas

pantes do presente estudo. Eles foram ouvidos em

no Brasil e vemos as posições ocupadas

complemento de caráter qualitativo à pesquisa

por elas, fica evidente que alguns grupos sociais

quantitativa apresentada por esta publicação.

estão mais bem representados e que as organizações parecem preferir, para os postos de comando,

Uma análise dos depoimentos revela que, embora

um tipo específico, qual seja: homem branco, em

os resultados deste levantamento confirmem a

idade adulta, cisgênero, aparentemente heteros-

persistência de grandes desigualdades, como nos

sexual e sem deficiência visível. Por certo, esse fa-

anos anteriores, o tema diversidade tem sido mais

voritismo não é declarado abertamente, mas isso

constante na agenda empresarial, acompanhando

é o que constatamos quando observamos, por

um movimento progressivo, ainda que lento, na

exemplo, diretores e executivos.

busca de um ambiente corporativo mais inclusivo e diverso. Certamente, os indicadores do percentual

O leitor pode fazer um teste em sua própria em-

de trainees e estagiários negros contratados pelas

presa. Quantos dirigentes não pertencem ao grupo

empresas corroboram essa visão.

mencionado acima? Veja nos corredores, nas reuniões de diretoria, na galeria de fotos de ex-pre-

Tomamos como pressuposto, para a análise das en-

sidentes e constate. Por que tais lugares são tão

trevistas, a ideia de que, se uma organização visa

raramente ocupados por homens negros, mulheres

adotar ações com o fim de produzir mudanças na

(negras ou brancas, mesmo que em proporções

área da diversidade, sejam elas formais (nos as-

muito diferentes), pessoas com deficiência ou tra-

pectos organizativos) ou relacionais (nas relações

vestis, por exemplo?

que se estabelecem entre o público interno e deste com o externo), tais ações não deveriam ser imple-

Se em passado recente esse era um assunto sobre

mentadas ao acaso e na ausência de parâmetros.

o qual nunca falávamos, hoje tem se tornado cada

Antes, conforme nos sugerem os manuais de ad-

vez mais frequente nas organizações. É isso pelo

ministração, deveriam seguir alguns passos, con-

menos o que indicam as entrevistas com seis ges-

forme ilustrados na figura:

1. > 2. > 3. > 4. > 5. > 6. CRIAR UMA COMISSÃO ESPECÍFICA

DESENHAR UM PLANO DE AÇÃO

CRIAR INDICADORES DE PROCESSO E RESULTADO

IMPLEMENTAR O PLANO

MONITORAR E AVALIAR

DAR VISIBILIDADE AO PLANO

63


PESQUISA QUALITATIVA

Tendo em vista esse esquema, alguns pontos me-

e pressões internas de um grupo muito qualifi-

recem destaque. Primeiro, no que diz respeito aos

cado e bem representado nessas organizações

aspectos formais da gestão da diversidade, todas

(das mulheres brancas).

as organizações ouvidas por meio desses gestores revelaram possuir área própria para tocar as ini-

Os demais públicos beneficiados com iniciativas

ciativas. Ou seja, o que era pouco comum em pas-

de valorização da diversidade são os negros (mu-

sado recente – a existência de uma área dedicada

lheres e homens, geralmente tomados no con-

à gestão da diversidade – pode estar se tornando

junto, o que pode trazer prejuízo às mulheres

lugar-comum nas grandes organizações. Elas

negras), os LGBT e os jovens. Trata-se, porém –

possuem também, no código de conduta (ou de

com exceção do programa Jovem Aprendiz –, de

ética) ou na missão da empresa, valores e princí-

ações isoladas ou eventos comemorativos, em-

pios referentes à valorização ou promoção da di-

bora algumas organizações relatem estar ini-

versidade. Algumas abordam ainda a questão da

ciando ações mais efetivas para negros e LGBT.

inclusão. Além disso, as empresas possuem canal próprio para acolher trabalhadores vítimas de dis-

A utilização de indicadores para monitoramento

criminação e dar encaminhamento às denúncias.

e avaliação das ações ainda é muito incipiente e quase todos os entrevistados concordaram que,

No que tange ao plano de ação, ainda são poucas

diante da complexidade do tema e do curto pe-

as que possuem um plano abrangente. Geral-

ríodo de implementação das ações, tais meca-

mente as ações mais bem elaboradas e monito-

nismos ainda estão por ser criados ou, no melhor

radas são as que visam à contratação de pessoas

dos casos, carecem de aprimoramento.

com deficiência e à inclusão de mulheres em po-

64

sições hierárquicas mais elevadas (e aqui po-

Um ponto muito positivo foi perceber que as orga-

demos falar que as brancas são, em geral, as

nizações entrevistadas iniciaram uma trajetória

beneficiárias), sendo estes dois públicos objeto

na direção proposta pelo esquema anteriormente

de preocupação de todas as empresas entrevis-

apresentado e estão muito conscientes dos inú-

tadas. Certamente, ajudam a explicar esse fato

meros desafios que enfrentam e enfrentarão

a existência de lei que estabelece a obrigação

nessa trincheira. Resta agora prosseguir, garantir

de serem contratadas pessoas com deficiência

a continuidade das ações e fazê-las avançar para


programas mais duradouros. Daí a importância

sidade”, “desigualdade”, ”inclusão”, “igualdade

da realização do censo interno , que oferecerá

de oportunidades”, “grupos sociais”, dentre ou-

desenvolvida pelo

um retrato da composição de trabalhadores e

tros conceitos. Ao abordar esses temas, parte dos

na publicação

quadro de dirigentes, permitindo a elaboração de

gestores e gestoras entrevistados considera o en-

um plano com objetivos e metas específicas para

frentamento de desigualdades históricas entre

Metodologia para

mudar a atual situação de desigualdade.

os grupos sociais brasileiros , que acabam por se

em http://www3.

25

26

25. Ver metodologia Instituto Ethos Diversidade e Equidade: Censo nas Empresas,

refletir no mundo do trabalho. Já a outra parte

ethos.org.br/

Cabe ainda uma reflexão acerca da sexta etapa

pensa naqueles conceitos a partir de uma pers-

e-equidade-

do esquema apresentado (“dar visibilidade ao

pectiva do indivíduo, buscando ações que visam

metodologia-para-

plano”), sabendo-se que os manuais de imple-

acolher e incluir pessoas diversas (estrangeiros,

junho-2008/#.

mentação de ações não costumam dela tratar.

destros e canhotos, por exemplo).

cedoc/diversidade-

censo-nas-empresasVjVO5q4zaHo 26. Os quatro

Contudo, dadas as controvérsias que o tema

principais são

(gestão da) diversidade encerra, é importante

É o grupo social ou o indivíduo que merece mais

que a sociedade, no geral, e a comunidade em-

atenção quando desenhamos um plano de valori-

por mulheres negras,

presarial tomem conhecimento das iniciativas

zação da diversidade para nossas empresas? É uma

homens brancos e

em favor da igualdade de oportunidades desen-

pergunta complexa, que exige mais tempo para

volvidas pelas organizações.

ser analisada e respondida. Creio, porém, que, se

aqueles compostos mulheres brancas, homens negros.

a finalidade for a superação de desigualdades e a As empresas detêm um forte poder de influência.

igualdade de oportunidades no trabalho, a pers-

Assim, ao dar visibilidade às suas ações, estarão

pectiva dos grupos sociais não poderá ficar de fora.

contribuindo na formação de opinião pública favorável ao tema e também convidando outras empresas a fazer parte do time que busca igualdade de oportunidades no mundo do trabalho. Para finalizar, vale mencionar que a análise das entrevistas permitiu confirmar que ainda há

Eliane Barbosa da Conceição é consultora e pesquisa-

muita dissonância entre os players no que diz res-

dora do Centro de Estudo em Administração Pública

peito ao que de fato estamos dizendo com “diver-

e Governo da Fundação Getulio Vargas (CEAPG-FGV).

65


CON

CLU Sテグ

66


DIVERSIDADE É

VANTAGEM COMPETITIVA

AS POLÍTICAS DE AÇÃO AFIRMATIVA COM FOCO NA EQUIDADE RACIAL FARÃO COM QUE AS ORGANIZAÇÕES SE PAREÇAM MAIS E MELHOR COM O BRASIL Por Helio Santos

C

onquistar diferencial competitivo tem sido

durecem e também podem sofrer obsolescência,

uma procura constante das empresas. No

adoecer e mesmo fenecer, como os sistemas es-

entanto, obter recursos que a concorrência

tudados pelos biólogos. É sintomaticamente

ainda não alcançou tem a ver, cada vez mais, com a

crucial o fato de que, tanto para a biologia como

gestão de pessoas. Em larga medida, isso se deve à di-

para os estudos organizacionais, a ideia de diver-

fusão tecnológica equânime entre os concorrentes,

sidade seja tão pertinente.

restando aos colaboradores o papel definidor para o alcance da ansiada vantagem competitiva.

Dados revelados por esta série de pesquisas Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores

A implementação de políticas que valorizam a di-

Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas evi-

versidade é uma das principais estratégias con-

denciam, desde 2003 até hoje, uma baixa parti-

temporâneas para a consolidação do sucesso das

cipação negra nas organizações do país. O Censo

organizações, sendo mesmo um “fator obriga-

de 2010 constatou que 51% da população brasi-

tório” para tanto, como preceitua Peter Druker .

leira é negra (pretos e pardos). Sendo assim, de-

29

bater criticamente a valorização da diversidade O conceito de diversidade se origina na biologia,

étnicoracial é fundamental para compreender

que, como se sabe, estuda os seres vivos. Im-

o Brasil e as desigualdades estruturantes que

pressiona como essa ideia é adequada ao mundo

guarnecem o quadro social que nos singulariza

corporativo. As empresas nascem, crescem, ama-

perante o mundo globalizado.

29. Peter Drucker (1909-2005) foi um consultor administrativo, professor, jornalista e escritor austríaco. É considerado um dos maiores expoentes da administração moderna.

67


DIVERSIDADE É VANTAGEM COMPETITIVA

Não se tem notícia, até o presente momento da

gras e negros no mercado de trabalho. Há es-

humanidade, a respeito de um país que tenha

tudos relevantes que evidenciam a prática da

consolidado um desenvolvimento sustentável

discriminação racial – a discriminação ocupa-

desperdiçando os talentos de que dispõe. Pelo

cional (que questiona a capacidade do negro)

contrário: nenhuma nação pode, impunemente,

e a discriminação pela imagem, quando a em-

desperdiçar talentos – quaisquer talentos. Por

presa idealiza um perfil em que o negro não

outro lado, há uma invisibilidade da temática ét-

deve estar presente.

nico-racial nas organizações brasileiras, que têm um peso cultural poderoso no que diz respeito ao

Uma das maiores riquezas intangíveis do Brasil

não aproveitamento de negras e negros em seus

é sua etnicidade múltipla, que se deve a eventos

quadros de colaboradores. É fácil compreender o

históricos diferentes: a negro-africana teve ca-

impacto desastroso dessa inércia, considerando

ráter compulsório, a europeia foi estimulada

que somos um país de maioria negra.

pelo Estado e a indígena é remanescente. Não faz sentido, em termos estratégicos, optar-se

Uma das providências preliminares para essa

68

pelo uno quando se tem uma estrutura diversa

síndrome é reconhecer que existe uma efetiva

e rica que se coloca como vantagem competitiva

dificuldade para a inclusão qualificada de ne-

perante vários países que não dispõem desse


componente reclamado por Druker. O desenvol-

Helio Santos é doutor em administração pela Facul-

vimento econômico requer mais do que slogans.

dade de Economia, Administração e Contabilidade da

O conceito contemporâneo de desenvolvimento

Universidade de São Paulo (FEA/USP), consultor em

deve pontuar quais são os beneficiários do cres-

responsabilidade social, professor-convidado da Uni-

cimento econômico e não pode perder de vista o

versidade Estadual da Bahia (Uneb) e presidente do

custo de oportunidade que se paga por desper-

Conselho do Fundo Baobá para Equidade Racial.

diçar talentos. As políticas de ação afirmativa com foco na equidade racial farão com que as organizações se pareçam mais e melhor com o Brasil, que ganhará em inovação e complementaridade. Não adianta só as empresas fazerem o melhor. É preciso fazer o melhor da melhor maneira, incluindo no portfólio dos produtos e serviços desenvolvidos no país um insumo necessário nesse milênio que se inicia: o da qualidade ético-moral.

69


QUESTIO

NÁRIO

70


P

ublicamos a seguir a íntegra do questio-

de ações e desenvolvimento de políticas em favor

nário utilizado para o levantamento dos

da diversidade e da equidade), devendo ser res-

dados que apresentamos neste relatório.

pondida pela pessoa responsável por recursos hu-

Nosso objetivo é oferecer às empresas que não

manos ou por alguém indicado para esse fim.

participaram desta pesquisa uma ferramenta que as auxilie a fazer um censo interno para avaliar

A Parte 3 contém perguntas sobre a percepção

como elas estão no que se refere à diversidade e

do(a) executivo(a) responsável pela organização

à equidade entre seus dirigentes e funcionários.

sobre o quadro de funcionários, devendo ser pre-

Mesmo as organizações que participaram deste

enchida por ele(a).

levantamento ou que já fizeram seu censo interno poderão utilizar esta ferramenta para atu-

A Parte 4 contém quadros cujo objetivo é le-

alizar seus dados regularmente.

vantar o perfil dos funcionários e dirigentes da empresa, em oito categorias: 1) Quadro Execu-

Informações sobre como fazer o censo interno na

tivo; 2) Gerência; 3) Supervisão, Chefia ou Coor-

empresa podem ser obtidas no manual do Insti-

denação; 4) Quadro Funcional (funcionários sem

tuto Ethos Diversidade e Equidade: Metodologia

cargo de chefia); 5) Aprendizes, 6) Trainees, 7)

para Censo nas Empresas, disponível em http://

Estagiários e 8) Conselho de Administração. Tais

www3.ethos.org.br/cedoc/diversidade-e-equi-

informações também devem ser fornecidas pela

dade-metodologia-para-censo-nas-empresas-

pessoa responsável por recursos humanos ou por

-junho-2008/#.VjYGm64zaHp

alguém indicado.

DIVERSIDADE E EQUIDADE: FERRAMENTA DE AUTOAVALIAÇÃO

Os quadros devem ser preenchidos levando-se em conta o número total de funcionários daquele nível, bem como o total de homens e o total de

Instruções Gerais de Preenchimento do Questionário

que se enquadram na categoria de Supervisão,

O questionário está dividido em quatro partes.

Chefia ou Coordenação forem 100, os números

A Parte 1 e a Parte 2 contêm perguntas sobre o

constantes na divisão por gênero deverão sempre

perfil da empresa (identificação, implementação

totalizar 100 funcionários em cada item.

mulheres. Assim, se, por exemplo, os funcionários

71


QUESTIONÁRIO

PARTE 1

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Nome da empresa: Nome do respondente: Cargo do respondente:

SETOR DA ATIVIDADE PRIMÁRIA DA EMPRESA (INDIQUE ABAIXO) 01. ( ) Água e Saneamento

14. ( ) Mineração

02. ( ) Alimentos e Produção Agrícola

15. ( ) Papel e Celulose

03. ( ) Bebidas e Fumo

16. ( ) Plásticos e Borracha

04. ( ) Comércio Atacadista

17. ( ) Química e Petroquímica

05. ( ) Comércio Exterior

18. ( ) Serviços Especializados

06. ( ) Comércio Varejista

19. ( ) Serviços Médicos

07. ( ) Construção Civil

20. ( ) Siderurgia

08. ( ) Eletroeletrônica

21. ( ) Tecnologia da Informação

09. ( ) Energia Elétrica

22. ( ) Telecomunicações

10. ( ) Farmacêutica

23. ( ) Têxtil, Couro e Vestuário

11. ( ) Mat. de Construção e Decoração

24. ( ) Transportes e Logística

12. ( ) Mecânica

25. ( ) Veículos e Peças

13. ( ) Metalurgia

26. ( ) Outro. Qual?

PORTE DA EMPRESA (COM BASE NO FATURAMENTO ANUAL) 01. ( ) Até R$ 500 milhões

03. ( ) De R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões

02. ( ) De R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão

04. ( ) Acima de R$ 3 bilhões

LOCALIZAÇÃO DA MATRIZ DA EMPRESA NO BRASIL 01. ( ) Região Norte

04. ( ) Região Sudeste

02. ( ) Região Nordeste

05. ( ) Região Sul

03. ( ) Região Centro-Oeste

CASO SUA EMPRESA SE LOCALIZE NA REGIÃO SUDESTE, SUA MATRIZ ESTÁ NA CIDADE DE SÃO PAULO? ( ) Sim

( ) Não

NÚMERO TOTAL DE FUNCIONÁRIOS Funcionários (número exato) 03. ( ) De 1.001 a 3.000 funcionários

72

01. ( ) Até 300 funcionários

04. ( ) De 3.001 a 5.000 funcionários

02. ( ) De 301 a 1.000 funcionários

05. ( ) Mais de 5.000 funcionários


PARTE 2

POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS DAS EMPRESAS

VOLTADAS PARA GRUPOS VULNERÁVEIS À DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO (MULHERES, NEGROS, PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS DE IDADE E PÚBLICO LGBT)

P01. EQUIDADE DE GÊNERO P01 A. Com relação a medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de mulheres nos seguintes níveis hierárquicos, a sua empresa possui: Diretoria: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de mulheres

Gerência: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de mulheres

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de mulheres

Quadro Funcional: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de mulheres

Trainees: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de mulheres

Estagiários: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de mulheres

73


QUESTIONÁRIO

| PARTE 2

P01 B. Sua empresa desenvolve atualmente alguma política visando à promoção da igualdade de oportunidades entre mulheres e homens no quadro de funcionários? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não > Pule para a questão P02

P01 C. Sua empresa mantém ou promove políticas e/ou ações afirmativas voltadas para as mulheres? 01. ( ) Estabelece programas especiais para contratação de mulheres 02. ( ) Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação de mulheres para assumir postos não tradicionalmente ocupados por mulheres e/ou postos de maior nível hierárquico 03. ( ) Estabelece metas e programas para a redução das desigualdades salariais entre mulheres e homens na empresa 04. ( ) Estabelece metas para ampliar a presença das mulheres em cargos de direção e gerência 05. ( ) Adota medidas de conciliação entre trabalho, família e vida pessoal27

P02. EQUIDADE RACIAL P02 A. Com relação a medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de negros nos seguintes níveis hierárquicos, a sua empresa possui: Diretoria: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de negros

Gerência: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de negros

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de negros

27. Medidas de conciliação entre trabalho, família e vida pessoal são aquelas destinadas a proporcionar uma maior compatibilização entre as responsabilidades familiares e as responsabilidades laborais. São exemplos de medidas já adotadas por empresas: ampliação da licença-maternidade; ampliação da licença-paternidade; licença parental; auxílio-creche para trabalhadores e trabalhadoras; licença para acompanhar filhos(as) e outros familiares dependentes; e flexibilidade de horário.

74


Quadro Funcional: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de negros

Trainees: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de negros

Estagiários: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de negros

P02 B. Sua empresa desenvolve atualmente alguma política visando à promoção da igualdade de oportunidades entre negros e não negros no quadro de funcionários e funcionárias? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não

P02 C. Caso alguma das respostas anteriores seja positiva, sua empresa mantém ou promove políticas e/ou ações afirmativas voltadas para os funcionários negros? 01. ( ) Estabelece programas especiais para contratação de negros 02. ( ) Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação dos negros e ampliar sua inserção em postos de maior nível hierárquico 03. ( ) Estabelece metas para a redução das desigualdades salariais entre negros e não negros na empresa 04. ( ) Estabelece metas para ampliar a presença de negros em cargos de direção e gerência

P03. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES PARA PESSOAS COM MAIS DE 45 ANOS P03 A. Com relação a medidas para incentivar a presença de pessoas com mais de 45 anos de idade nos seguintes níveis hierárquicos, a sua empresa possui: Diretoria: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de pessoas com mais de 45 anos de idade

75


QUESTIONÁRIO

| PARTE 2

Gerência: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de pessoas com mais de 45 anos de idade

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de pessoas com mais de 45 anos de idade

Quadro Funcional: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de pessoas com mais de 45 anos de idade

P03 B. Sua empresa desenvolve atualmente alguma política visando à promoção da igualdade de oportunidades para pessoas com mais de 45 anos de idade no quadro de funcionários e funcionárias? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não

P03 C. Caso a resposta anterior (P03 B) seja positiva, sua empresa mantém ou promove políticas e/ou ações afirmativas voltadas para as pessoas com mais de 45 anos de idade? 01. ( ) Estabelece programas especiais para contratação de pessoas com mais de 45 anos de idade 02. ( ) Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação de pessoas com mais de 45 anos

P04. IGUALDADE DE OPORTUNIDADES PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA P04 A. Com relação a medidas para incentivar e/ou ampliar a presença de pessoas com deficiência nos seguintes níveis hierárquicos, a sua empresa possui: Diretoria: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar a presença de pessoas com deficiência

76


Gerência: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar a presença de pessoas com deficiência

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar a presença de pessoas com deficiência

Quadro Funcional: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar a presença de pessoas com deficiência

Trainees: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar a presença de pessoas com deficiência

Estagiários: 01. ( ) Políticas com metas e ações planejadas 02. ( ) Ações pontuais ou específicas 03. ( ) Não possui medidas para incentivar a presença de pessoas com deficiência

P04 B. Sua empresa desenvolve atualmente alguma política visando à promoção da igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência no quadro de funcionários e funcionárias? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não

P04 C. Caso a resposta anterior (P04 B) seja positiva, sua empresa mantém ou promove políticas e/ou ações afirmativas voltadas para as pessoas com deficiência? 01. ( ) Estabelece programas especiais para contratação de pessoas com deficiência 02. ( ) Estabelece programas de capacitação profissional que visem melhorar a qualificação de pessoas com deficiência 03. ( ) Estabelece metas para a redução das desigualdades salariais na empresa entre pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência

77


QUESTIONÁRIO

| PARTE 2

P05 A. POLÍTICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS GERAIS Sua empresa mantém ou promove as seguintes políticas ou ações afirmativas direcionadas para a igualdade no mercado de trabalho: 01. ( ) Estabelece metas para reduzir a diferença entre o maior e o menor salário pago pela empresa 02. ( ) Estabelece missão, código de conduta, compromissos e valores da empresa que incorporem o tema da diversidade e princípios de igualdade de oportunidades 03. ( ) Oferece bolsas de qualificação e parcerias com escolas de línguas, colégios técnicos e faculdades/ universidades para qualificação, formação e aprimoramento dos funcionários 04. ( ) Capacita gestores(as) e equipes no tema da diversidade e princípios de igualdade de oportunidades e suas implicações no âmbito do trabalho 05. ( ) Identifica e divulga boas práticas internas de gestão e relacionamento que promovam direitos humanos e respeitem grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho, dando visibilidade ao tema, aos compromissos da empresa e aos gestores(as) e empregados(as) que praticam inclusão e respeito 06. ( ) Desenvolve atualmente alguma política visando à promoção da igualdade de oportunidades para o público LGBT28 entre seus funcionários? 07. ( ) Tem política de concessão de benefícios iguais para casais do mesmo sexo 08. ( ) Tem canais de reclamação (como ouvidoria e escritório de ombudsman) para receber e solucionar queixas em relação a problemas como assédio moral e casos de preconceito por conta de raça, gênero, deficiência, idade, orientação sexual e identidade de gênero?

P05 B. DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO 01. ( ) Realiza um censo para levantamento de dados a respeito do público interno que considere tempo de casa, escolaridade, gênero, cor ou raça, faixa etária e deficiência, possibilitando análises e formulação de propostas para promover equidade na distribuição de oportunidades 02. ( ) Realiza censos internos continuamente 03. ( ) Estimula e apoia grupo(s) de trabalho(s) que elabore(m) medidas de combate à discriminação na empresa e/ou no local de trabalho

28. LGBT é a sigla mais disseminada no Brasil e internacionalmente para designar o público composto por lésbicas, gays, travestis, transexuais e transgêneros; ou seja, identifica uma minoria da população no que diz respeito à sua orientação sexual e identidade de gênero.

78


P05 C. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 01. ( ) Diversifica as formas de anunciar as vagas para atingir públicos que são usualmente discriminados no mercado de trabalho 02. ( ) Ao publicar as vagas, demonstra o interesse efetivo de ter diversidade nos candidatos que procuram a empresa e na contratação, apontando que a empresa valoriza a diversidade e os princípios de igualdade de oportunidades e encoraja grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho a se candidatarem 03. ( ) Apoia projetos na comunidade que visem melhorar a oferta de profissionais qualificados provenientes de grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho 04. ( ) Capacita profissionais que trabalham com recrutamento e seleção para que melhorem o entendimento do tema da diversidade e os princípios de igualdade de oportunidades na aplicação prática do compromisso da empresa com a não discriminação 05. ( ) Oferece oportunidades de trabalho para ex-detentos 06. ( ) Estabelece metas para ampliar a participação de mulheres nos programas de trainee 07. ( ) Estabelece metas para ampliar a participação de negros nos programas de trainee 08. ( ) Desenvolve alguma política visando à eliminação de barreiras e preconceitos para o público LGBT no processo de contratação

P05 D. PROMOÇÃO 01. ( ) Observa o público interno como o maior interessado em mobilidade e mudanças de carreira ou função 02. ( ) Realiza ações afirmativas que favorecem o crescimento na carreira, voltadas sobretudo para grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho 03. ( ) Estabelece ferramentas e procedimentos de avaliação e identificação de potenciais para desenvolvimento na carreira, alinhando-os com a postura de não discriminação da empresa e, ao mesmo tempo, identificando possíveis posturas discriminatórias 04. ( ) Inclui quesitos de diversidade e princípios de igualdade de oportunidades nas ferramentas de avaliação de desempenho da empresa, que permitam identificar a necessidade de ações específicas para determinado segmento ou possíveis ações afirmativas em favor de grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

P05 E. QUALIFICAÇÃO E FORMAÇÃO 01. ( ) Incentiva e estimula funcionários pertencentes a grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho a desfrutarem das ofertas de bolsas de qualificação (em escolas, colégios e faculdades) oferecidas pela empresa

79


QUESTIONÁRIO

| PARTE 2

P05 F. COMUNICAÇÃO/MARKETING INTERNO E EXTERNO 01. ( ) Divulga seus compromissos com a diversidade e os princípios de igualdade de oportunidades nos canais de comunicação internos 02. ( ) Zela para que a comunicação e o marketing da empresa não produzam nem utilizem campanhas com conteúdo discriminatório a grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

P05 G. AÇÕES NA CADEIA DE VALOR/FORNECEDORES 01. ( ) I ncentiva e apoia programas que favoreçam o empreendedorismo de pessoas de grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho

P05 H. SERVIÇOS E ATENDIMENTO 01. ( ) Z ela pela qualidade do atendimento a grupos vulneráveis à discriminação no mercado de trabalho primando por relacionamentos respeitosos, inclusivos e que considerem suas especificidades em ferramentas, protocolos, processos e procedimentos

P06. LEI DO APRENDIZ P06 A. Conhecida como Lei do Aprendiz, a Lei nº. 10.097/2000, regulamentada pelo Decreto nº. 5.598/2005, define a contratação de aprendizes pelas empresas. Sua empresa contrata trabalhadores jovens na condição de aprendizes? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não

Em caso positivo: P06 B. Qual é o percentual de aprendizes em relação ao total de trabalhadores cujas funções demandam formação profissional específica? 01. ( ) 1%

05. ( ) 5%

09. ( ) 9%

13. ( ) 13%

02. ( ) 2%

06. ( ) 6%

10. ( ) 10%

14. ( ) 14%

03. ( ) 3%

07. ( ) 7%

11. ( ) 11%

15. ( ) 15%

04. ( ) 4%

08. ( ) 8%

12. ( ) 12%

16. ( ) Mais de 15%

P06 C. Qual é a natureza da entidade formadora dos aprendizes mantidos pela empresa? Informe quantos aprendizes por entidade. 01. Senac ( )

05. Sescoop

( )

02. Senai

06. Escola técnica pública

( )

07. Outra organização

( )

( )

03. Senar ( ) 04. Senat ( )

80

Qual?


P06 D. Em que área da empresa estão os aprendizes? Informe quantos aprendizes por área. [

]

09. Financeira

02. Administrativa – Depto. de Pessoal [

01. Administrativa

]

10. Jurídica

03. Administrativo-Financeira

[

]

11. Marketing

04. Atendimento

[

]

12. Operações

05. Comercial

[

]

13. Pesquisa e Desenvolvimento

06. Compras/Suprimentos

[

]

14. Recursos Humanos/Gestão de Pessoas

07. Comunicação

[

]

15. Tecnologia

08. Contabilidade

[

]

16. Outras

P06 E. Que departamento da empresa faz a gestão dos aprendizes? 01. ( ) Recursos Humanos 02. ( ) Outro

P06 F. Sua empresa mantém uma política de absorção dos aprendizes que concluem o contrato de aprendizagem? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não

P06 G. Em caso positivo, quantos aprendizes foram efetivados como funcionários em 2013 e em 2014? Total de Aprendizes 01. ( ) Em 2013

[

]

02. ( ) Em 2014

[

]

Total de Efetivados

P06 H. Entre os aprendizes mantidos por sua empresa há pessoas com deficiência? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não

P06 I. Sua empresa tem dificuldade para cumprir a Lei do Aprendiz? 01. ( ) Sim 02. ( ) Não

P06 J. Em caso positivo, informe quais são as principais dificuldades.

81


QUESTIONÁRIO

PARTE 3

PERCEPÇÃO DO PRINCIPAL GESTOR DA EMPRESA

P07 A. De acordo com seu critério, a proporção de mulheres em sua empresa, em cada um dos seguintes níveis hierárquicos, está: Diretoria: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Gerência: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Quadro Funcional: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

P07 B. Se a proporção de mulheres está abaixo do que deveria em um desses níveis, a que atribui? 01. ( ) À falta de qualificação profissional de mulheres para os cargos 02. ( ) À falta de interesse de mulheres por cargos na empresa 03. ( ) À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

P08 A. De acordo com seu critério, a proporção de negros em sua empresa, em cada um dos seguintes níveis hierárquicos, está: Diretoria: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

82


Gerência: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Quadro Funcional: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

P08 B. Se a proporção de negros está abaixo do que deveria em um desses níveis, a que atribui? 01. ( ) À falta de qualificação profissional de negros para os cargos 02. ( ) À falta de interesse de negros por cargos na empresa 03. ( ) À falta de conhecimento ou experiência na empresa para lidar com o assunto

P09 A. De acordo com seu critério, a proporção de pessoas com mais de 45 anos em sua empresa, em cada um dos seguintes níveis hierárquicos, está: Diretoria: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Gerência: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Quadro Funcional: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

83


QUESTIONÁRIO

| PARTE 3

P09 B. Se a proporção de pessoas com mais de 45 anos de idade está abaixo do que deveria em um desses níveis, a que atribui? 01. ( ) À falta de qualificação profissional de pessoas nessa faixa etária para os cargos 02. ( ) À falta de interesse de pessoas nessa faixa etária por cargos na empresa 03. ( ) À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

P10 A. De acordo com seu critério, a proporção de pessoas com deficiência em sua empresa, em cada um dos seguintes níveis hierárquicos, está: Diretoria: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Gerência: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Supervisão, Chefia ou Coordenação: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

Quadro Funcional: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

P10 B. Se a proporção de pessoas com deficiência está abaixo do que deveria em um desses níveis, a que atribui? 01. ( ) À falta de qualificação profissional de pessoas com deficiência para os cargos 02. ( ) À falta de interesse de pessoas com deficiência por cargos na empresa 03. ( ) À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

P11 A. De acordo com seu critério, a proporção de aprendizes em sua empresa está: 01. ( ) Acima do que deveria 02. ( ) Abaixo do que deveria 03. ( ) Adequada

P11 B. Se a proporção de aprendizes está abaixo do que deveria em um desses níveis, a que atribui? 01. ( ) À falta de qualificação de aprendizes 02. ( ) À falta de interesse de aprendizes pela empresaa 03. ( ) À falta de conhecimento ou experiência da empresa para lidar com o assunto

84


PARTE 4

(A SER PREENCHIDA PELO RH) QUADRO Nº. 1 – PERFIL DO QUADRO EXECUTIVO PERFIL GERAL TOTAL DE DIRETORES TOTAL DE HOMENS

TOTAL DE MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

Total Diretores

Total Homens

Total Mulheres

Total Diretores

Total Homens

Total Mulheres

De 16 a 24 anos

[

]

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

DEFICIÊNCIAS Total Diretores

Total Homens

Total Mulheres

Total Diretores

Total Homens

Total Mulheres

Branca

[

]

[

]

[

]

Física

[

]

[

]

[

]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

]

[

]

Intelectual

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TEMPO DE EMPRESA Total Diretores

Total Homens

Total Mulheres

Menos de 1 ano

[

]

[

]

[

]

De 1 a 2 anos

[

]

[

]

[

]

De 3 a 5 anos

[

]

[

]

[

]

De 6 a 10 anos

[

]

[

]

[

]

De 11 a 15 anos

[

]

[

]

[

]

16 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

] 85


QUESTIONÁRIO

| PARTE 4

QUADRO Nº. 2 – PERFIL DO QUADRO DE GERÊNCIA

PERFIL GERAL TOTAL DE GERENTES TOTAL DE HOMENS

TOTAL DE MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

Total Gerentes

Total Homens

Total Mulheres

Total Homens

Total Mulheres

De 16 a 24 anos

[

]

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

DEFICIÊNCIAS Total Gerentes

Total Homens

Total Mulheres

Total Gerentes

Total Homens

Total Mulheres

Branca

[

]

[

]

[

]

Física

[

]

[

]

[

]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

]

[

]

Intelectual

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TEMPO DE EMPRESA Total Gerentes

86

Total Gerentes

Total Homens

Total Mulheres

Menos de 1 ano

[

]

[

]

[

]

De 1 a 2 anos

[

]

[

]

[

]

De 3 a 5 anos

[

]

[

]

[

]

De 6 a 10 anos

[

]

[

]

[

]

De 11 a 15 anos

[

]

[

]

[

]

16 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]


QUADRO Nº. 3 – P ERFIL DO QUADRO DE SUPERVISÃO, CHEFIA OU COORDENAÇÃO PERFIL GERAL TOTAL DE SUPERVISORES/CHEFES TOTAL DE HOMENS

TOTAL DE MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

De 16 a 24 anos

Total Supervisores/ Chefes [ ]

Total Homens

Total Mulheres

Total Supervisores/ Chefes [ ]

Total Homens

Total Mulheres

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

Branca

DEFICIÊNCIAS Total Supervisores/ Chefes [ ]

Total Homens

Total Mulheres

Total Supervisores/ Chefes [ ]

Total Homens

Total Mulheres

[

]

[

]

Física

[

]

[

]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

]

[

]

Intelectual

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TEMPO DE EMPRESA Total Supervisores/ Chefes [ ]

Total Homens

Total Mulheres

[

]

[

]

De 1 a 2 anos

[

]

[

]

[

]

De 3 a 5 anos

[

]

[

]

[

]

De 6 a 10 anos

[

]

[

]

[

]

Menos de 1 ano

De 11 a 15 anos

[

]

[

]

[

]

16 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

87


QUESTIONÁRIO

| PARTE 4

QUADRO Nº. 4 – PERFIL DO QUADRO FUNCIONAL

PERFIL GERAL TOTAL DE FUNCIONÁRIOS TOTAL DE HOMENS

TOTAL DE MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

Total Funcionários

Total Homens

Total Mulheres

Total Homens

Total Mulheres

De 16 a 24 anos

[

]

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

DEFICIÊNCIAS Total Funcionários

Total Homens

Total Mulheres

Total Funcionários

Total Homens

Total Mulheres

Branca

[

]

[

]

[

]

Física

[

]

[

]

[

]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

]

[

]

Intelectual

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TEMPO DE EMPRESA Total Funcionários

88

Total Funcionários

Total Homens

Total Mulheres

Menos de 1 ano

[

]

[

]

[

]

De 1 a 2 anos

[

]

[

]

[

]

De 3 a 5 anos

[

]

[

]

[

]

De 6 a 10 anos

[

]

[

]

[

]

De 11 a 15 anos

[

]

[

]

[

]

16 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]


QUADRO Nº. 5 – PERFIL DO QUADRO DE APRENDIZES

PERFIL GERAL

TOTAL DE APRENDIZES TOTAL DE APRENDIZES HOMENS TOTAL DE APRENDIZES MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

Total Aprendizes

Total Homens

Total Mulheres

Total Aprendizes

Total Homens

Total Mulheres

De 16 a 24 anos

[

]

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

Branca

DEFICIÊNCIAS Total Aprendizes [ ]

Total Homens [ ]

Total Mulheres [ ]

Física

Total Aprendizes [ ]

Total Homens [ ]

Total Mulheres [ ]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

]

[

]

Intelectual

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

89


QUESTIONÁRIO

| PARTE 4

QUADRO Nº. 6 – PERFIL DO QUADRO DE TRAINEES

PERFIL GERAL TOTAL DE TRAINEES TOTAL DE TRAINEES HOMENS TOTAL DE TRAINEES MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

Total Trainees

Total Homens

Total Mulheres

Total Homens

Total Mulheres

De 16 a 24 anos

[

]

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

DEFICIÊNCIAS Total Trainees

90

Total Trainees

Total Homens

Total Mulheres

Total Trainees

Total Homens

Total Mulheres

Branca

[

]

[

]

[

]

Física

[

]

[

]

[

]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

]

[

]

Intelectual

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]


QUADRO Nº. 7 – PERFIL DO QUADRO DE ESTAGIÁRIOS

PERFIL GERAL TOTAL DE ESTAGIÁRIOS TOTAL DE ESTAGIÁRIOS HOMENS TOTAL DE ESTAGIÁRIOS MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

Total Estagiários

Total Homens

Total Mulheres

Total Estagiários

Total Homens

Total Mulheres

De 16 a 24 anos

[

]

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

DEFICIÊNCIAS Total Estagiários

Total Homens

Total Mulheres

Total Estagiários

Total Homens

Total Mulheres

Branca

[

]

[

]

[

]

Física

[

]

[

]

[

]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

]

[

]

Intelectual

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

91


QUESTIONÁRIO

| PARTE 4

QUADRO Nº. 8 – PERFIL DO QUADRO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

PERFIL GERAL TOTAL DE MEMBROS DO(S) CONSELHO(S) DA EMPRESA TOTAL DE HOMENS TOTAL DE MULHERES

GRUPOS ETÁRIOS

ESCOLARIDADE

Total Conselheiros

Total Homens

Total Mulheres

Total Homens

Total Mulheres

De 16 a 24 anos

[

]

[

]

[

]

Até a 4ª. série

[

]

[

]

[

]

De 25 a 35 anos

[

]

[

]

[

]

Da 5ª. à 8ª. série

[

]

[

]

[

]

De 36 a 45 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Médio

[

]

[

]

[

]

De 46 a 55 anos

[

]

[

]

[

]

Ensino Superior

[

]

[

]

[

]

56 anos ou mais

[

]

[

]

[

]

Pós/Mestrado

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

Doutorado/Pós

[

]

[

]

[

]

TOTAL

[

]

[

]

[

]

RAÇA OU COR

DEFICIÊNCIAS Total Conselheiros

92

Total Conselheiros

Total Homens

Total Mulheres

Total Conselheiros

Total Homens

Total Mulheres

Branca

[

]

[

]

[

]

Física

[

]

[

]

[

]

Preta

[

]

[

]

[

]

Visual

[

]

[

]

[

]

Parda

[

]

[

]

[

]

Auditiva

[

]

[

]

[

]

Amarela

[

]

[

]

[

]

Múltipla

[

]

[

]

[

]

Indígena

[

]

[

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REALIZAÇÃO

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