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Análise: Depressão será a principal causa deafastamento do trabalho

Aumenta o número de funcionários com saúde mental prejudicada; para OMS, a depressão será a principal causa de invalidez em 2030

Patricia Lages|Patricia Lages, do R7

Depressão será a maior causa de afastamento no trabalho
Depressão será a maior causa de afastamento no trabalho Depressão será a maior causa de afastamento no trabalho

Desde 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vem prevendo que, em 2030, a depressão se tornará não só o motivo número um de afastamento do trabalho, mas também a principal causa de invalidez. Porém, a pandemia de Covid-19 pode ter antecipado essas projeções por conta do aumento considerável nos casos de ansiedade e depressão em todo o mundo.

Antes da pandemia, o Brasil era o segundo país com o maior número de casos de ansiedade e depressão, perdendo apenas para os Estados Unidos. Mas, no início de 2021, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) conduzido em onze países, apontou que o Brasil tomou a liderança, seguido pela Irlanda e deixando os Estados Unidos em terceiro lugar.

Para a psicóloga e mentora de carreira, Adriana Gomes, o brasileiro é sociável e o ambiente de trabalho promove parte da comunicação necessária para a manutenção da saúde mental. “As perdas na pandemia são claras. Os espaços de trabalho deverão ser repensados para ressignificar as relações entre os colaboradores, pois o home office da pandemia não representa o ideal de trabalho remoto”, afirma a psicóloga.

Recentemente a Universidade de Stanford, na Califórnia, divulgou um estudo sobre os efeitos do lockdown em dez países, concluindo que “embora existam alguns benefícios, não foi encontrado nenhum efeito benéfico, claro e significativo das medidas restritivas em qualquer país”. Em contrapartida, os efeitos negativos – dentre os quais estão os problemas de saúde mental – terão de ser administrados a longo prazo.

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O afastamento prolongado do convívio interpessoal em um país cuja vida social tem alto grau de importância causou estragos que ainda não se podem mensurar. Em outubro de 2020, a OMS foi desfavorável ao lockdown como método principal de controle da pandemia e, em abril do mesmo ano, o presidente da organização afirmou que a pobreza e o caos econômico provenientes dessa política seriam mais devastadores do que a própria doença.

Agora, as empresas terão de investir não só no bem-estar de seus funcionários, mas também em sua saúde mental. Para Adriana Gomes, o desafio será grande: “A retomada não se resume em oferecer duas opções de trabalho, presencial ou on-line, mas também em lidar com a adaptabilidade de cada colaborador, sabendo que, além de todas as questões, muitos casos de Síndrome de Burnout são decorrentes do trabalho solitário”.

A guerra política que se formou neste país tem mostrado, de várias maneiras, que a saúde da população nunca esteve no topo da lista de prioridades. E nós todos pagaremos a conta.

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